Como escolher repertório para uma audição?

A escolha do repertório é uma das formas mais inteligentes de usar o potencial da sua voz e de a manter saudável.

Audições e Castings escolha de repertório, blog tudo sobre Canto de Sónia André
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Para não forçarmos a voz primeiro devemos ter um autoconhecimento aprofundado da nossa voz e isso muitas vezes só se consegue com orientação de um professor. É importante saber que tipo de voz temos, por exemplo: soprano, tenor, contralto, barítono, ….

Também é importante perceber quantas notas conseguimos cantar confortavelmente, saber a nossa tessitura.

“You should avoid any material that puts a great demand in your voice from a Dynamics standpoint. Select songs that are more melodic, not those that need “punch” or require a “dramatic” dynamic level. As I’ve said already, singing songs is not vocal technique. (…) Style and interpretation are on substitute for vocal technique. Without good vocal technique, style and interpretation are greatly restricted.”

Singing for he Stars by Seth Riggs

Depois acredito que devemos escolher canções que nos façam sentir algo, com as quais nos identifiquemos pois assim a interpretação será pessoal e causará emoção.

Preparar para audições, blog tudo sobre Canto de Sónia André
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Outro requisito essencial é a tonalidade das músicas. Estas devem estar numa tonalidade adequada à nossa voz. Se sentirmos dificuldade na região grave da canção devemos subir a tonalidade. Se a dificuldade for na região aguda devemos descer a tonalidade. Também devemos ter em conta se estamos a interpretar uma canção de uma voz masculina ou feminina.

Havendo a oportunidade deve-se testar até encontrar a tonalidade perfeita para nós de cada canção. Mesmo que o cantor original tenha o mesmo tipo de voz que o nosso, muitas vezes ainda não possuímos a técnica vocal necessária para cantarmos o tema de forma confortável.

Para enriquecer o repertório acredito que é bom diversificar um pouco no estilo que se canta, se for a intenção evoluir e procurar um estilo próprio.

“Often singers try to imitate the voice or singing style of famous entertainer or other person they admire. A sound that’s appropriate for one person’s voice, however, is not necessarily good for another’s. When you try to handle, you only abuse your voice.”

Singing for he Stars by Seth Riggs

Para participar em audições o cantor deve ter em conta que o fator psicológico interfere na sua performance e escolher os temas que faz até de ‘olhos fechados’. Tem que estar totalmente confortável com essas canções, sabelas de cor e salteado. Conseguir interpretar e concentrar-se na música apesar da situação de avaliação.

“In singing, the path to developing a distinctive personal style is to imitate a wide variety of vocalists and broaden the range of sounds you can use to create something original. In speaking, though, I recommend listening and analyzing instead of imitating.”

Set your voice free. Roger Love

Como preparar-se?

No caso das audições é bom filmar-se a fazer os temas para perceber como se comporta e se gosta da sua performance. Cantar sempre em frente a um espelho é muito positivo até para corrigir a sua postura e outras situações técnicas visíveis na expressão facial.

Deve-se sempre aquecer a voz, antes de qualquer apresentação ou audição. Mas não sobreaquecer tendo em conta que tem que estar com energia para a performance.

Nos dias que antecedem as audições não devemos exagerar no tempo de ensaio. Deve-se estudar as canções, claro, mas há muitas formas de estudar o tema sem estar a cantar durante 4/5 horas. É sobrecarregar a sua voz e corre o risco de ficar sem ela (ronquidão).

Deve hidratar-se, alimentar-se e dormir bem nesses dias que antecedem. Aliás são hábitos que todos os cantores devem adquirir.

Ensaiar para audições, blog de Sonia Andre Tudosobrecanto.com
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Criar uma personagem para conseguir fazer a melhor performance possível, é uma das soluções para enfrentar as inseguranças normais da situação de ser avaliado no teste ou adição (casting).

“Believe me, most of us have way too much baggage to take the stage as our everyday selves, so create yourself a fearless stage persona and let them do it for you.”

The Zen of Singing. Karen Callinger

 

Posição da Cabeça no Canto

Sem conhecer a ação dos músculos suspensores durante o canto, nunca iriamos perceber a importância da postura da cabeça.

O quanto a posição da cabeça influência o Canto Tudo sobre Canto blog de Sonia Andre
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Podemos pensar na laringe como um ‘elevador’, está suspensa por músculos qua a fazem subir e descer.

Estes músculos suspensores assistem a laringe em duas funções. A engolir, ou seja, a primeira função da laringe é fechar para evitar a entrada do alimento na via respiratória.

Músculos Suspensores da Laringe, Blog Tudo sobre Canto de Sónia André
Suspensory Muscles of the larynx. p.48 Anatomy of The Voice, Illustrated by G. David Brown

No canto os músculos suspensores da laringe devem estar livres de tensão, e a laringe deve estar numa posição neutra (baixa, não deve subir) de forma às cartilagens esticarem as cordas vocais e a garganta que é a principal cavidade de ressonância se manter na posição aberta.

“When we sing, however, the swallowing muscles that elevate and constrict the larynx tend to come into play, particularly when we sing in falsetto or head registers. In order to maintain a low position of the larynx and an open throat, the action of the swallowing muscles that elevate the larynx must be countered by muscles pulling down on the larynx, antagonistically supporting it within a web of muscles. This makes it possible to raise the pitch without interfering with the vibratory action of the larynx, and maintain an open throat. Engaging the suspensory muscles in this way is one of the most important skills a trained singer must learn.”

Anatomy of the Voice, Theodore Dimon

Tendo agora conhecimento destes da ação destes músulos percebemos que devemos manter a cabeça numa posição em que consigamos articular e mexer livremente o queixo o que nos permite cantar no registo de cabeça e falsete sem tensão, esticando as cordas vocais e abrindo a garganta para o som entrar nas cavidades de ressonância correspondentes e ao mesmo tempo temos a língua e o queixo livres para articular.

 

Posição da Laringe no Canto, blog de Sonia Andre Tudo sobre Canto
Posição da Laringe no Canto. p.143 do Livro This is a Voice de Jeremy Fisher & Gillyanne Kayes

“The depth and fullness of the oscuro component of this sound quality is achieved by using a “comfortably low” larynx, which elongates the tube of the vocal tract. This laryngeal posture is often referred to as the “sob setting” because in speaking voice it’s similar to the position of the larynx during the act of sobbing.”

This is a Voice de Jeremy Fisher & Gillyanne Kayes

Reparo que é um erro comum com os meus alunos o de dirigir o olhar para o teto e levantar a cabeça sempre que temos que cantar no registo mais agudo isto eleva a laringe e aciona estes músculos suspensores, consequentemente fechamos a garganta e temos o maxilar preso para articular.

“They lower  their chins to their chests, thinking that’s where the low pitches are. Then they raise their heads to the sky, stretching their necks like giraffes eating leaves from a tall tree, as though this position will somehow help them hit the high notes. It just doesn’t work like that. And the pain in the neck that results is just one more source of strain that keeps them from gaining access to the middle.”

Set your voice free. Roger Love with Donna Frazier

posição errada da cabeça no canto
b) Strained appearance of the singer; c) Lines of force of the elevators; p.51 from Anatomy of The Voice, Illustrated by G. David Brown

“All of this activity is associated with tightening the throat, as we can clearly be seen in untrained singers who “reach” for high notes by raising the larynx and tightening the entire neck and larynx in the process.”

Anatomy of the Voice, Theodore Dimon

Devemos monitorizar estes movimentos bruscos da cabeça tendo em conta que isso influência todo o funcionamento da voz. Podemos fazê-lo fazendo recurso a um espelho.

 

Voz de Tenor

Tenor é a voz mais comum masculina e a sua tessitura em média vai de Dó3 (C3) a Lá4 (A4). Na classificação Fach (classificação alemã) da ópera.

Voz de Tenor, Tudo sobre Canto Blog de Sonia Andre Cantora e Compositora
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Tipos de Tenor

Spieltenor | Tenor buffo 

Tessitura C3 – B4 (Dó3 – Si4).  É possível que este tipo de voz venha a cantar repertório de tenor ligeiro, o fator que irá indicar essa mudança será a beleza da sua voz.

Papéis (exemplos):

❖ Monostatos, Die Zauberflöte – Wolfgang Amadeus Mozart

❖ Pedrillo, Die Entführung aus dem Serail – Wolfgang Amadeus Mozart

Charaktertenor | Character Tenor

Tessitura B2 – C5 (Si2 – Dó5). Espera-se deste tenor boas capacidades de representação.

Lyrischer Tenor | Lyric Tenor

Tessitura C3 – C5 (Dó3 – Dó5).

Papéis (exemplos):

❖ Alfredo, La traviata – Giuseppe Verdi

❖ Almaviva, Il barbiere di Siviglia – Gioachino Rossini

❖ Don Ottavio, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart

Jugendlicher Heldentenor | Lyric Dramatic Tenor | Spinto

Tessitura C3 – C5 (Dó3 – Dó5). Trata-se de um tenor com um registo agudo com brilho suficiente para se destacar numa orquestra.

Papéis (exemplos):

❖ Calaf, Turandot – Giacomo Puccini

❖ Don José, Carmen – Georges Bizet

❖ Radamès, Aida – Giuseppe Verdi

❖ Siegmund, Die Walküre – Richard Wagner

Heldentenor | Heroic Tenor | Dramatic Tenor

Tessitura B2 – C5 (Si2 – Dó5) Descrito como um tenor dramático cheio, com facilidade de um barítono no registo médio e o brilho necessário para se fazer ouvir acima de uma orquestra.

Papéis (exemplos):

❖ Otello, Otello – Giuseppe Verdi

❖ Tristan, Tristan und Isolde – Richard Wagner

❖ Tannhäuser, Tannhäuser – Richard Wagner

❖ Walther von Stolzing, Die Meistersinger – Richard Wagner

Voz de Barítono

Dando continuídade ao útimo artigo hoje escrevo sobre os Barítonos na classificação Fach (alemã).

Voz de Barítono, Tudo sobra Canto Blog de Sónia André
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Barítono, voz média masculina. A sua tessitura em média vai  de Sol2(G2) a Sol4 (G4).

Tipos de Barítonos

Bariton | Baryton-Martin | Baritono Leggero

Tessitura C2 – C4 (Dó2 – Dó4). Foi apelidado de barítono Martin, por causa do cantor Jean-Baise Martin que possuía este tipo de voz. É parecido com o tenor dramático heróico sem a extensão grave (notas sol1 e si1), notas que normalmente fazem parte da extenção de barítono.

Lyrischer Bariton | Spielbariton| Baritono Lirico |Lyric Baritone 

Tessitura B1 – Ab3 (Si1- Láb3). Uma voz doce e grave com facilidade para a coloratura. Voz carismática.

Coloratura é a capacidade de executar várias notas numa só sílaba, rapidamente e pode ser em staccato ou legato.

Papéis (Exemplos):

❖ Figaro, Il barbiere di Siviglia – Gioachino Rossini

❖ Belcore, L’elisir d’amore – Gaetano Donizetti

Kavalierbariton | Baritono Cantabile | Cavalier Baritone

Tessitura A1 – G#3 – (Lá1 – Sol#3). Descrita como uma voz metálica capaz de cantar frases líricas e dramáticas, tem uma qualidade mais severa e pronunciada que o barítono lírico.

Papéis (Exemplos):

❖ Don Giovanni, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart

❖ Sharpless, Madama Butterfly – Giacomo Puccini

❖ Valentin, Faust – Charles Gounod

Charakterbariton | Baritono Verdiano | Verdi Baritone

Tessitura A1 – G#3 (Lá1 – Sol#3). Esta voz é muito eficaz no seu registo agudo, o barítono de Verdi possui a capacidade de cantar com facilidade na sua região mais aguda (registo de cabeça), muitas vezes canta uma peça inteira nesta região.

Papéis (Exemplos):

❖ Scarpia, Tosca – Giacomo Puccini

❖ Wozzeck (title role) – Alban Berg

Heldenbariton | Baritono Drammatico | Dramatic Baritone 

Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3). Baritono heróico é a tradução da palavra alemã para a classificação deste barítono “Heldenbariton”. Este barítono na ópera alemã ocupa normalmente os papeis relacionados com uma personagem emocionante, autoritária, poderosa e madura.

Papéis (Exemplos):

❖ Telramund, Lohengrin – Richard Wagner

❖ Ezio, Attila – Giuseppe Verdi

❖ Michele, Il tabarro – Giacomo Puccini

Lyrischer Bassbariton | Low lyric baritone

Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3). Este barítono normalmente ocupa um papel muito específico e menos exigente que os anteriores, tem um timbre mais escuro e é comum ocupar o papel de baixo.

Dramatischer Bassbariton / Low Dramatic Baritone

Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3).
Ainda mais escuro em termos de timbre que o anterior.

Voz de Baixo

Dentro de cada voz temos outras classificações que servem para dividir mais uma vez vozes com características distintas no mesmo naipe.

Tipos de Baixos, Voz Baixo, Blog tudo sobre canto de Sónia André
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Esta necessidade de classificar as vozes dentro do seu naipe surgiu por volta do século XIX de forma a atribuir o repertório mais adequado a cada tipo de voz.

A escola alemã tem uma classificação das vozes mais rígida chamada “Fach”, esta classificação tem em conta o timbre a tessitura, as capacidades de cada tipo de voz e os papeis mais adequados para cada tipo de voz.

Tipos de Baixo

Basso Cantante | Lyric Bass-bariton | High Lyric Bass 

Tessitura E1 – F3 (Mi1 -Fá3). Descrito como baixo cantante.

Hoher Bass | Dramatic bass-baritone | High dramatic bass

Tessitura E1 – F3 (Mi1 – Fá3).

Jugendlicher Bass | Young Bass 

Tessitura E1 – F3 (Mi1 – Fá3). Caracterizada como uma voz jovem, independentemente da idade do cantor.

Spielbass | Bassbuffo | Lyric buffo

Tessitura E1 – F3 (Mi1- F3).

Papéis (exemplos):

❖ Don Alfonso, Così fan tutte – Wolfgang Amadeus Mozart

❖ The Sacristan Tosca – Giacomo Puccini

Schwerer Spielbass | Dramatic buffo 

Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3).

Papéis (exemplos):

❖ Baron Ochs auf Lerchenau, Der Rosenkavalier – Richard Strauss

❖ Daland, Der fliegende Holländer – Richard Wagner

❖ Méphistophélès, Faust – Charles Gounod

Lyrischer seriöser Bass | Low Bass | Basso Profundo

Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3). O baixo profundo é o tipo de voz mais grave que existe.

Segundo J. B. Steane no livro Voices, Singers and Critics (Steane, J. B. 1992) :

“… derives from a method of tone-production that eliminates the more Italian quick vibrato. In its place is a kind of tonal solidity, a wall-like front, which may nevertheless prove susceptible to the other kind of vibrato, the slow beat or dreaded wobble.”

Papéis (exemplos):

❖ Don Bartolo, Le nozze di Figaro – Wolfgang Amadeus Mozart

❖ Padre Guardiano, La forza del destino – Giuseppe Verdi

❖ Sir Morosus, Die schweigsame Frau – Richard Strauss

Dramatischer seriöser Bass | Dramatic Low Bass

Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3). Este tipo de baixo ainda tem um timbre mais escuro que o anterior, descrito pela escola alemã como um baixo profundo muito poderoso.

Papéis (exemplos):

❖ Heinrich, Lohengrin – Richard Wagner

❖ Marke, Tristan und Isolde – Richard Wagner

 

 

Tipos de Voz – Classificação Vocal

Independentemente de do timbre de cada pessoa ser algo único podemos classificar as vozes e agrupa-las (motes) tendo em conta a quantidade de notas que se consegue cantar (tessitura) e outras características como a ressonância (acústica), a agilidade, a flexibilidade.

Tipos de Vozes Classificação vocal Blog de Canto e Técnica Vocal de Sónia André
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A tessitura é a quantidade de notas que um cantor consegue cantar, medida em oitavas. Conjuntos de oito notas, por exemplo, Dó1, Ré1, Mi1, Fá1, Sol1, Lá1, Si1, Dó2 – 8va Dó1 a Dó2.

A tessitura pode ser aumentada com os vocalizos, exercícios vocais.

No entanto, não podemos mudar uma voz de classificação até porque é algo que também tem haver com a espessura e tamanho das membranas vocais e outras características anatómicas. O instrumento vocal é um conjunto de orgãos. 

As tessituras apresentadas para cada voz abaixo não são medidas exatas, é só uma orientação, até porque, uma voz treinada consegue atingir facilmente duas oitavas e meia em média.

Primeiramente dividimos as vozes como masculinas e femininas.

Vozes Masculinas

Baixo

Dentro das vozes masculinas temos os Baixos, voz mais grave masculina. A tessitura de um baixo vai de Mi2 (E2) a Mi4 (E4) que apresentamos no piano abaixo.

Tesitura de Baixo, Classificação vocal Tudo sobre canto Sónia André Blog
Tessitura de Baixo

Alguns exemplos de Baixos Isaac Hayes, Leonard Cohen, Louis Armstrong, Nic Val.

Exemplos de Baixos na música clássica Nicolai Ghiaurov, Cesare Siepi, Boris Christoff, Kurt Moll, Ezio Pinza, Martti Olavi Talvela, Paul Plishka, René Pape, Leonid Kharitonov.

Barítono

Barítono, voz média masculina. A sua tessitura vai de Sol2(G2) a Sol4 (G4).

Tessitura de Barítono, Blog Tudo sobre canto de Sónia André
Tessitura de Barítono

Alguns exemplos de Barítonos Frank Sinatra, Elvis Presley, James Brown, David Bowie, Nat King Cole, Jim Morrison, Serj Tankian, David Lee Roth, Lou Reed.

Dentro da música clássica Simon Keenlyside, Gerald Finley, Matthias Goerne, Christian Gerhaher, Dmitri Hvorostovsky, Bryn Terfel, Andrei Kymach.

Tenor

Tenor, voz aguda masculina. A sua tessitura vai de Dó3 (C3) a Lá4 (A4).

Tessitura de Tenor, Blog de Canto Tudosobrecanto de Sonia Andre
Tessitura de Canto

Voz masculina mais comum, alguns exemplos deste tipo de voz, Stevie Wonder, Thome York, Robert Plant, Freddie Mercury, Bruno Mars, Matt Bellamy.

Dentro da música clássica alguns exemplos de tenor Luciano Pavaroti, Sergey Lemeshev, Wolfgang Windgassen, Alfredo Kraus, Anthony Rolfe Johnson, John McCormack, Franco Corelli, Peter Schreier, Juan Diego Flórez, Carlo Bergonzi, Tito Schipa, Peter Pears, Nicolai Gedda, Jon Vickers, Enrico Caruso, Plácido Domingo, Jonas Kaufmann.

Contratenor

Ainda dentro das vozes masculinas existe um tipo muito raro intitulado Contratenor, voz masculina extremamente aguda, comparada a uma voz feminina. Tessitura pode ir de E3 – E5 (Mi3 – Mi5).

Tessitura de Contratenor, Blog de Canto Sónia André Tudo sobre canto
Tessitura de Contratenor

Este tipo de voz era comum em coros mistos e masculinos que interpretavam música renascentista e barroca. Na liturgia católica não existia canto congregacional e os coros eram masculinos, assim tínhamos crianças a cantar as linhas mais agudas, depois vieram os Castrati.

Personagens da ópera francesa temos como exemplo Lully, Campra, Ramaeau. Grande parte das óperas italianas destes períodos tem personagens com este tipo de voz.

Alguns exemplos de cantores com este tipo de voz na atualidade Andreas Scholl, David Daniels, Philippe Jaroussky.

Vozes Femininas

Contralto

Dentro das vozes femininas temos o Contralto (Alto), voz mais grave feminina. A sua tessitura vai de Sol3 (G3) a Mi5 (E5).

Tessitura de Contralto Blog Tudo sobre canto de Sonia Andre
Tessitura de Contralto

Voz feminina com um timbre muito escuro, devido à sua raridade esta voz tem poucos papeis na ópera, a maior parte do repertório para este tipo de voz é do período barroco.

Exemplo de cantora com este tipo de voz Billie Holiday, Annie Lennox, Stevie Nicks, Lauryn Hill, Lisa Gerrard, Judy Garland, Cher, PJ Harvey, Diana Krall e Sónia André 🙂

Dentro da música clássica alguns exemplos deste tipo de voz Kathleen Ferrier, Marian Anderson, Claudia Huckle, Ewa Podles.

Mezzo-Soprano

O Mezzo-soprano (Mezzo) é a voz média feminina. A sua tessitura vai de Lá3 (A3) a Fá5 (F5).

Tessitura de Mezzo Tudo sobre Canto Blog da Cantora Sónia André
Tessitura de Mezzo-soprano

Alguns exemplos de Mezzo-soprano Ella Fitzgerald, Janis Joplin, Rihana, Barbra Streisand, Tori Amos, Mary J. Blige, Angela Gossow, Simone Simons, Adele.

Exemplos na música clássica Cecilia Bartoli, Jamie Barton, Marilyn Horne, Fedora Barbieri, Fiorenza Cossotto, Dolora Zajick, Giulietta Simionato, Tatyana Troyanos, Olga Borodina, Luciana D’Intino, Elena Obraztsova.

Soprano

O Soprano é a voz mais aguda feminina. A sua tessitura vai de Dó4 (C4) a Lá5 (A5).

Tipos de vozes Soprano, Tessitura blog de Canto Tudo sobre canto de Sonia Andre
Tessitura de Soprano

Trata-se da voz mais comum feminina, alguns exemplos deste tipo de voz Yma Sumac, Diana Ross, Dolly Parton, Cyndi Lauper, Mariah Carey, BJörk, Julie Andrews, Cristina Aguilera, Aurora, Eva Cassidy, Lara Fabian.

Exemplos na música clássica Jessye Norman, Anna Netrebko, Diana Damrau, Maria Callas.

O Dó central é o C3 ou C4? Confusão 🙂

Muitas publicações e em teoria musical o dó central normalmente é apresentado como dó3 (figura abaixo).

Qual é o dó central ? Blog tudo sobre canto de Sónia André
Dó central – C3

No entanto, muitas publicações atuais descrevem o dó central como dó4 (figura baixo), porque se encontra na quarta oitava.

Dó central C4 tudo sobre canto bog de sonia andre
Dó Central – C4

Tendo este fator em conta as tessituras são as mesmas o que muda é a nomeação do dó central.

Para a apresentação das tessituras de cada voz, neste método foi utilizado o Dó4 (C4) como Dó central.

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Timbre é igual a Registo?

O Timbre é em música um som com características específicas resultantes do instrumento que o produz e do seu ambiente. Assim podemos ter duas guitarras na mesma sala (ambiente) e estas podem estar a produzir a mesma nota, mas no entanto, o seu timbre é distinto pois possuem, por exemplo, madeiras, forma e tipo de cordas diferentes.

Artigo Registo igual a timbre, Blog Tudo sobre Canto
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Na Voz isso ainda é mais evidente! O timbre na voz é como uma impressão digital. Todos temos uma voz única, não existe mais nenhuma igual à nossa.

No entanto, é possível classificar vozes com características idênticas apesar dos seus timbres serem diferentes e daí os nomes que já ouviu com certeza falar, Soprano, Tenor, …

Agora onde entra o termo Registo. Aliás faz sentido falar de registos no plural.

Os registos são conjuntos de notas com características comuns. As cordas vocais assumem uma posição e uma determinada tensão para produzir graves, médios e agudos.

Posição das cordas vocais num ciclo de vibração.

A partir desta constatação percebemos que iremos ter três registos. O registo de peito ou voz de peito (graves), registo médio (médios) e registo de cabeça ou voz de cabeça (agudos).

Cada registo obriga a uma quantidade e pressão de ar distinta. Também, cada registo possui harmónicos específicos que devem ser amplificados na sua caixa de ressonância.

A cavidade oral é responsável pela articulação desses sons, formando moldes específicos para as notas.

Em suma, podemos encontrar estes três registos em todas as vozes. O que acontece frequentemente é que ainda não possuímos as ferramentas para os aceder com facilidade.

 

Relaxamento no Canto- A sua importância e exercícios

Podemos perceber a influência das emoções no aparelho vocal quando, por exemplo, a nossa voz fica mais grave ou mais aguda se estamos irritados. A mudança de volume e intensidade também é um reflexo das nossas emoções.

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As emoções também influenciam a respiração e motivam a contração dos músculos da garganta, dos músculos do pescoço e a posição dos órgãos de articulação.

No fundo todos os movimentos se harmonizam para expressar uma determinada emoção.

” Excess psychological emotional stress can play a rule in tension, and singers may need to deal with there stress, finding the source and then reducing its level through meditation, relaxation, massage, prayer, counseling, medical treatment, etc., before seeing alleviation of there muscular tension and improvement in there singing.”

Karyn O’Connor in Singingwise.com

Vou começar por enomerar alguns músculos que tem envolvimento no Canto mas que nem sempre pensamos neles. Músculos que utilizamos também para outras funções.

» Os músculos do pescoço que nos permitem mover a cabeça.

» A parte de trás da língua contrai para cima contra o palato mole iniciando o ato de engolir.

» As cordas vocais estão na posição fechada e a epiglote baixa quando engolimos um alimento. Quando inspiramos a epiglote sobe e as cordas vocais abrem para deixar passar o ar para os pulmões.

» Os músculos do mecanismo de suporte de som, aparelho respiratório, sustemtam o ato de respirar.

» Os articuladores, orgão envolvidos na articulação de palavras, também estão envolvidos no ato de engolir e mastigar.

Estas afirmações e conclusões servem-nos para perceber que muitos dos orgão envolvidos na produção de som também são utilizados para outras funções. Assim esses movimentos estão registados na nossa memória e muitas vezes desencadeamos um processo sem ter bem consciência disso.

Mesmo depois de aprender a postura correta para cantar muitas vezes continuamos a ter tensão em alguns músculos da garganta, pescoço e ombros. A solução passa por tomarmos consciência que não necessitamos de ativar alguns músculos que usamos de forma inconsciente. Por exemplo, muitas vezes quando sentimos falta de ar no Canto ‘contorcemos’ um pouco, fazemos tensão nas costas, ombros, abdómen por forma a ir buscar um pouco de ar.

O relaxamento corporal durante a produção de som é essencial para cantar no topo das suas capacidades. Para isso devemos já ter adquirido uma excelente postura e capacidade de respirar de forma diafragmática. Agora aos exercícios para melhorar a postura e de respiração vamos aliar exercícios de relaxamento.

Algumas considerações iniciais dos exercícios de relaxamento:

» Ter em atenção a postura correta de pé e sentado já referida no artigo Postura no Canto.

» Nos exercícios aplicar uma respiração diafrágmatica – intercostal.

» Sempre que inspira, faça-o pelo nariz lentamente e na expiração sopre (realizar a expiração pela boca) sempre de forma lenta e intensa até termonar.

» O ato de inspirar ou expirar, nestes exercícios, está sempre aliado a um movimento. Deve estar bem consciente dos movimentos e respirações quando executa os exercícios.

Exercícios de Relaxamento

1 – Posição de pé, eleve os braços em direcção ao teto enquanto inspira lentamente. Nesta posição, suspender a respiração por uns segundos, direccionando o olhar para o teto sentindo a extensão de todos os músculos. De seguida vire as palmas das mãos para fora, olhe em frente e expire lentamente soprando baixando os braços  em simultâneo. Repita 3 vezes.

Vanessa André ilustração 2019
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 1 para Canto, 2019.

 

2-Posição de pé, imagine que tem uma bola nas mãos, inspire pelo nariz lentamente. De seguida expire pela boca e inicie o movimento para pousar a bola no chão, fletindo os joelhos um pouco. Nesta posição dobrado inspire pelo nariz e depois ao expirar começe a elevar-se sentindo os elos da coluna a alinharem-se conforme volta à posição inicial.

Ilustração de Vanessa André exercício 2 relaxamento
Ilustração de Vanessa André, exercício 2 de relaxamento para o Canto, 2019.

3- Posição de pé, inspire pelo nariz lentamente. Ao expirar desça até ao chão, flita um pouco os joelhos se necessitar, até tocar com as pontas dos dedos no chão. Nesta posição deve estar a olhar para as suas pernas para que o pescoço fique relaxado.

Ilustração para método de Canto de Sónia André.
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 3 para Canto, 2019.

A partir deste centro ‘caminhe’ com as suas mão para a sua direita e execute três respirações completas nesta posição. Depois desloque-se da mesma forma para a esquerda e execute mais três respirações.

Já no centro na expiração volte à posição inicial.

4 – Inspirar lentamente e levantar os ombros em direção às orelhas, suster a respiração por uns segundos e ao expirar baixar lentamente os ombros rodando ligeiramente para trás de forma a sentir as omoplatas a fazer um movimento ‘circular’. Repita três vezes.

Ilustração para método de Canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 4 para Canto, 2019.

5 – Junte as mãos atrás das costas como na ilustração abaixo, faça três ciclos completos de respiração e troque de lado.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 5 para Canto, 2019.

6 – Rodar os ombros para a frente e para trás respirando calmamente.

Ilustração para método de Canto de Sónia André, por Vanessa André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 6 para Canto, 2019.

7- Ao inspirar levante os braços para cima em direcção ao teto. Ao expirar junte as mãos pressionando as palmas uma contra a outra trazendo-as para o centro do peito. Repita o exercício três vezes.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 7 para Canto, 2019.

8 – Junte as palmas das mãos em forma de oração atrás das costas no meio das omoplatas e faça três ciclos de respiração, Se não conseguir juntar as mãos desta forma, e só conseguir tocar ligeiramente as mãos, concentre-se em manter a coluna reta e faça o exercício na mesma, sem forçar.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 8 para Canto, 2019.

9 – Sentado coloque uma mão na testa e faça força na cabeça contra a palma da mão e força na palma da mão contra a cabeça, forças opostas. A coluna deve estar reta. Faça três ciclos completos de respiração nesta posição. Irá sentir relaxamento quando terminar na parte de trás do pescoço.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 9 para Canto, 2019.

10 – Este exercício é similar ao anterior, a única diferença é que vai colocar a mão direita na parte lateral direita da cabeça exercendo força oposta com a cabeça e a palma da mão. Faça três respirações completas de cada lado. Este exercício reforça e relaxa os músculos laterais do pescoço.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 10 para Canto, 2019.

11 – Baixe a cabeça enquanto expira pelo nariz. Com o queixo junto ao peito realize três respirações completas.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 11 para Canto, 2019.

12 – Realize o mesmo movimento do exercício anterior e assim que estiver com o queixo junto ao peito, desenhe meia lua  para um dos lados, ficando com a cabeça como que pousada no ombro. Realize três respirações completas em cada lado.

Ilustração de Vanessa André para método de canto de Sónia André
Ilustração de Vanessa André exercício de relaxamento 12 para Canto, 2019.

 

Exercícios de Respiração para Cantores

Nas aulas de Canto muitas vezes reparo que tenho alunos com dificuldades distintas no que diz respeito à respiração.

Há pessoas que tem facilidade e consciência muscular de como respirar de forma diafragmática, para o abdómen. No entanto tem dificuldade em aplicar uma coluna de ar ao som que estão a produzir.

Outros tem facilidade em usar a expiração para criar som, mas no entanto a sua respiração é mais torácica do que diafragmática, logo aí reside a dificuldade em criar pressão de ar suficiente para suster as notas.

Assim sendo, divido o estudo da respiração em III partes.

Exercícios de Respiração Parte I – Memória Muscular

A I Parte, com exercícios de consciencialização do movimento dos músculos intervenientes. Estes são essenciais para perceber como mudar de uma respiração torácica para uma respiração diafragmática (no abdómen).

Exercício 1 – Movimento do diafragma

» Deitado numa superfície plana. Sinta o suporte dessa superfície em todo o corpo. Relaxe todos os músculos deixando o peso do seu corpo se apoiar plenamente nessa superfície.

» Sopre todo o ar lentamente e assim que sentir que não tem mais ar, inspire imediatamente pelo nariz de forma lenta e relaxada. Sinta o ar a entrar no seu corpo.

» Coloque as mãos, uma abaixo da linha do peito e a outra logo de seguida cobrindo a parede abdominal. A ideia é sentir a respiração debaixo das suas mãos. Ao inspirar vai sentir a expansão desses músculos e ao expirar o movimento inverso e assim adquirir memória muscular.

Dica: Pode colocar um livro (não muito pesado 😉 ) e observar a subida e descida da parede abdominal enquanto vê a sua série favorita.

Exercício 2 – Movimento dos intercostais

» Sentado com os pés bem apoiados no chão (as pernas em forma de L), coloque as mãos abaixo da linha do peito na lateral, por cima da parte superior das suas costelas (para ter perceção do movimento dos intercostais).

» Vamos agora expirar pela boca e durante a expiração, inclinar o tronco para a a frente, num ângulo de  60º.

» Nesta posição, assim que ficarmos sem ar, inspiramos lentamente pelo nariz. Este exercício permite sentir de forma mais ampla o movimento dos intercostais.

» Na mesma posição executamos mais dois ciclos respiratórios, ou seja, expiramos pela boca e inspiramos pelo nariz.

» Da terceira vez na expiração voltamos à posição inicial de um ângulo de 90º na cadeira.

Exercício 3 – Controle da pressão do ar

» De pé sopre com pressão todo o ar como se fosse encher aquela boia de praia 😉 .

» Logo que sentir um vácuo na zona abdominal inspire pelo nariz lentamente até encher completamente os seus pulmões.

» De seguida expire com as consoantes ‘Tsssssss’ como se da própria boia de praia a esvaziar se trata-se.

» Deve criar uma pressão de ar constante até acabar todo o ar e logo de seguida não se esqueça de inspirar pelo nariz.

Dica: Deve cronometrar para perceber quantos segundos consegue expirar com uma pressão de ar constante.

Exercícios de Respiração Parte II – Usar o Ar para produzir som

A II parte consiste na utilização unicamente do ar para cantar, daí me ter referido à respiração no Canto como a ‘Fonte de Energia’.

Exercício 1 – Ativar ‘diafragma’

» Expire todo o ar pela boca, a soprar, até sentir que a sua parede abdominal colou às costas. Logo de seguida inspire pelo nariz de forma lenta e prolongada.

» Solte o ar em pequenos golpes como som ‘Tsss’ ou ‘Chhh’ (como em chave).

» Deve colocar as mãos sobre a parede abdominal para sentir o movimento do diafragma.

Dica: pode utilizar o metrónomo a uma velocidade confortável para soltar o ar a tempo.

Exercício 2 – Aplicar  o ar à fonação

» A preparação para iniciar cada exercício é sempre igual, ou seja, expirar todo o ar pela boca (a soprar) e inspirar logo de seguida pelo nariz.

» Pense no som mais agudo que acha que consegue produzir, sim corra riscos :), e de seguida solte todo o ar com ‘Brrrrrrrrrr’  vibração de lábios.

» Vai descer na escala de forma natural da nota mais aguda para a mais grave que consegue com este som.

» Repita umas 3 a 5 vezes no máximo.

Dica:  Repare que está a produzir uma vogal a par dessa vibração, um (ê) se quiser.

Exercício 3 – Gerir a pressão do ar

» Para este exercício  iremos necessitar de um copo de água meio cheio e uma palhinha.

» Comece por soprar pela palhinha dentro do copo de água. A intenção é manter uma constante produção de bolhas que emergem da água. Inspire sempre que precisar.

» Agora murmure com (‘Mmmm’ ou ‘Hum’) pela palhinha. Mantenha uma suave corrente de ar. O objetivo é conseguir produzir som e bolhas a emergir da água de forma constante sem sair água do copo.

Dica: Se a água salta para fora do copo é sinal que está a usar demasiada quantidade e pressão de ar para produzir som.

Exercícios de Respiração Parte III – Gestão do Ar

A III parte consiste na gestão do ar. Vamos perceber que em diferentes registos da nossa voz, necessitamos de quantidade e pressão de ar distinta para produzir som. Que muitas vezes temos que manter o diafragma suspenso por uns segundos antes de executar uma determinada nota, ou que temos que relaxar imediatamente a musculatura para produzir o som desejado.

Exercício 1 – Pressão do ar distinta

» Vamos colocar uma mão na parede abdominal só para sentir o movimento e na expiração iremos produzir 3 sons distintos: ‘Chhh’ , ‘Tsss’ e ‘Ffff’.

» Soltamos o ar num ritmo constante e com sons curtos, até sentirmos que não conseguimos obter mais movimento da parede abdominal e aí inspiramos novamente.

» Repita três vezes.

Dica: Utilize o metrónomo para manter o ritmo a uma velocidade mais ou menos de 120 BPM para produzir sons de pequena duração. Executa o exercício com uma só expiração.

Exercício 2 – Suspensão

» Chamo a este exercício 4-5-8, porque utilizo contagens para o realizar. Com o metrónomo para poder contar, coloque à velocidade de 80/85 BPM e com 1 tempo.

» Inspire em 4 tempos pelo nariz, aguente o ar lá dentro 5 tempos e expire a soprar com intensidade em 8 tempos.

» Repita três vezes de forma cíclica.

» Assim que tiver mais há vontade com este exercício, faça a expiração com o som ‘Tssssss’.

Exercício 3 – Suspensão ativando intercostais e libertando articuladores

» Com as mesmas contagens do exercício anterior. Inspire em 4 tempos pelo nariz e ao mesmo tempo levante os braços formando com eles uma linha reta com os ombros.  Irá sentir o movimento dos intercostais.

»Aguente o ar lá dentro durante 5 tempos.

» Expire pela boca com um ‘Háááá’ surdo. Ao mesmo tempo que expira deixe cair o queixo para baixo, abrindo a boca e relaxando toda a cavidade oral (boca).

» Mantenha os braços na mesma posição e execute o exercício três vezes de forma cíclica. Na última vez baixe os braços lentamente durante a expiração.

» Volte a executar todo o exercício mas agora, na expiração, solte um ‘Háááá’ audível e relaxado. Execute este também, três vezes de forma cíclica.

Dica: É sempre benéfico fazer alguns exercícios de relaxamento antes de fazer exercícios de respiração. Tenha também atenção à sua postura sempre 😉

A Fonte de Energia

A expiração é a responsável pela vibração das cordas vocais e daí a responsável pela produção do som.

O ato de respirar envolve vários órgãos e respirar bem está intimamente ligado a uma boa postura.

No Canto aprendemos a controlar a inspiração e expiração pois deve ser a única fonte de energia a ser utilizada para fazer as cordas vocais vibrarem.

A respiração usada no Canto pode ser denominada de várias formas, aqui vamos optar pela denominação respiração Diafragmática- Intercostal.

“Pavarotti emulated what he saw, and for the first time in his career, he began to use diaphragmatic breathing. When he did, he says, everything changed for him. He worried less that his voice would be strong on day and feeble the next. He felt he got a much greater level of consistency from his sound, and performing became much more pleasurable.”

Roger Love do livro Set your voice free

A respiração diafragmática-intercostal consiste na inspiração pelo nariz, enchendo os pulmões desde a sua base, estendendo o diafragma e os músculos intercostais responsáveis pela expansão da caixa torácica (sente-se na parte inferior da caixa torácica).

Respiração no Canto, Sónia André Blog Tudo sobre Canto
The diaphragm functions in breathing illustration

Na expiração todos os músculos intercostais e o diafragma são responsáveis pela criação de pressão de ar que, na sua saída, fará vibrar as cordas vocais.

“A singer must be able to rely on his breath, just as he relies upon the solidity of the ground beneath his feet.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

A respiração que não devemos usar denominamos de Torácica, esta é um produto de uma má postura corporal, das vidas atarefadas, das horas que passamos sentados. Esta respiração envolve o uso de músculos do peito, é responsável por movimentos respiratórios curtos. Ineficiente para o Canto e fala, pois, a ação destes músculos não permite a criação de pressão de ar, essencial à vibração das cordas vocais.