A escolha do repertório é uma das formas mais inteligentes de usar o potencial da sua voz e de a manter saudável.
Para não forçarmos a voz primeiro devemos ter um autoconhecimento aprofundado da nossa voz e isso muitas vezes só se consegue com orientação de um professor. É importante saber que tipo de voz temos, por exemplo: soprano, tenor, contralto, barítono, ….
Também é importante perceber quantas notas conseguimos cantar confortavelmente, saber a nossa tessitura.
“You should avoid any material that puts a great demand in your voice from a Dynamics standpoint. Select songs that are more melodic, not those that need “punch” or require a “dramatic” dynamic level. As I’ve said already, singing songs is not vocal technique. (…) Style and interpretation are on substitute for vocal technique. Without good vocal technique, style and interpretation are greatly restricted.”
Singing for he Stars by Seth Riggs
Depois acredito que devemos escolher canções que nos façam sentir algo, com as quais nos identifiquemos pois assim a interpretação será pessoal e causará emoção.
Outro requisito essencial é a tonalidade das músicas. Estas devem estar numa tonalidade adequada à nossa voz. Se sentirmos dificuldade na região grave da canção devemos subir a tonalidade. Se a dificuldade for na região aguda devemos descer a tonalidade. Também devemos ter em conta se estamos a interpretar uma canção de uma voz masculina ou feminina.
Havendo a oportunidade deve-se testar até encontrar a tonalidade perfeita para nós de cada canção. Mesmo que o cantor original tenha o mesmo tipo de voz que o nosso, muitas vezes ainda não possuímos a técnica vocal necessária para cantarmos o tema de forma confortável.
Para enriquecer o repertório acredito que é bom diversificar um pouco no estilo que se canta, se for a intenção evoluir e procurar um estilo próprio.
“Often singers try to imitate the voice or singing style of famous entertainer or other person they admire. A sound that’s appropriate for one person’s voice, however, is not necessarily good for another’s. When you try to handle, you only abuse your voice.”
Singing for he Stars by Seth Riggs
Para participar em audições o cantor deve ter em conta que o fator psicológico interfere na sua performance e escolher os temas que faz até de ‘olhos fechados’. Tem que estar totalmente confortável com essas canções, sabelas de cor e salteado. Conseguir interpretar e concentrar-se na música apesar da situação de avaliação.
“In singing, the path to developing a distinctive personal style is to imitate a wide variety of vocalists and broaden the range of sounds you can use to create something original. In speaking, though, I recommend listening and analyzing instead of imitating.”
Set your voice free. Roger Love
Como preparar-se?
No caso das audições é bom filmar-se a fazer os temas para perceber como se comporta e se gosta da sua performance. Cantar sempre em frente a um espelho é muito positivo até para corrigir a sua postura e outras situações técnicas visíveis na expressão facial.
Deve-se sempre aquecer a voz, antes de qualquer apresentação ou audição. Mas não sobreaquecer tendo em conta que tem que estar com energia para a performance.
Nos dias que antecedem as audições não devemos exagerar no tempo de ensaio. Deve-se estudar as canções, claro, mas há muitas formas de estudar o tema sem estar a cantar durante 4/5 horas. É sobrecarregar a sua voz e corre o risco de ficar sem ela (ronquidão).
Deve hidratar-se, alimentar-se e dormir bem nesses dias que antecedem. Aliás são hábitos que todos os cantores devem adquirir.
Criar uma personagem para conseguir fazer a melhor performance possível, é uma das soluções para enfrentar as inseguranças normais da situação de ser avaliado no teste ou adição (casting).
“Believe me, most of us have way too much baggage to take the stage as our everyday selves, so create yourself a fearless stage persona and let them do it for you.”
The Zen of Singing. Karen Callinger