Dentro das vozes femininas temos o Contralto (Alto), voz mais grave feminina. A sua tessitura vai em média de Sol3 (G3) a Mi5 (E5). Voz feminina com um timbre muito escuro, devido à sua raridade esta voz tem poucos papeis na ópera, a maior parte do repertório para este tipo de voz é do período barroco.
Os tipos de contraltos segundo a classificação alemã “Fach” não é muito vasta.
Tipos de Contraltos
Dramatischer Alt | Dramatic Contralto
Tessitura F3 – A5 (Fá3 – Lá5). Estilisticamente é parecido com o mezzo dramático, mas consegue atingir notas mais graves com uma ressonância mais grave e rica. É uma voz muito rara.
Tiefer Alt | Low Contralto
Tessitura E3 – E5 (Mi3 – Mi5). Voz feminina muito grave.
Ainda mais escura que o contralto dramático e ainda mais rara.
Papéis (exemplos):
❖ Gaea, Daphne – Richard Strauss
❖ Geneviève, Pelléas et Mélisande – Claude Debussy
Como já foi referido a maior parte do repertório adequado à voz de contralto é do periodo barroco, assim sendo acrescentei a esta playlist também as peças mais famosas.
❖ Stabat Mater, RV 621 – I. Stabat mater dolorosa – Vivaldi
Independentemente de do timbre de cada pessoa ser algo único podemos classificar as vozes e agrupa-las (motes) tendo em conta a quantidade de notas que se consegue cantar (tessitura) e outras características como a ressonância (acústica), a agilidade, a flexibilidade.
A tessitura é a quantidade de notas que um cantor consegue cantar, medida em oitavas. Conjuntos de oito notas, por exemplo, Dó1, Ré1, Mi1, Fá1, Sol1, Lá1, Si1, Dó2 – 8va Dó1 a Dó2.
A tessitura pode ser aumentada com os vocalizos, exercícios vocais.
No entanto, não podemos mudar uma voz de classificação até porque é algo que também tem haver com a espessura e tamanho das membranas vocais e outras características anatómicas. O instrumento vocal é um conjunto de orgãos.
As tessituras apresentadas para cada voz abaixo não são medidas exatas, é só uma orientação, até porque, uma voz treinada consegue atingir facilmente duas oitavas e meia em média.
Primeiramente dividimos as vozes como masculinas e femininas.
Vozes Masculinas
Baixo
Dentro das vozes masculinas temos os Baixos, voz mais grave masculina. A tessitura de um baixo vai de Mi2 (E2) a Mi4 (E4) que apresentamos no piano abaixo.
Alguns exemplos de Baixos Isaac Hayes, Leonard Cohen, Louis Armstrong, Nic Val.
Exemplos de Baixos na música clássica Nicolai Ghiaurov, Cesare Siepi, Boris Christoff, Kurt Moll, Ezio Pinza, Martti Olavi Talvela, Paul Plishka, René Pape, Leonid Kharitonov.
Barítono
Barítono, voz média masculina. A sua tessitura vai de Sol2(G2) a Sol4 (G4).
Alguns exemplos de Barítonos Frank Sinatra, Elvis Presley, James Brown, David Bowie, Nat King Cole, Jim Morrison, Serj Tankian, David Lee Roth, Lou Reed.
Dentro da música clássica Simon Keenlyside, Gerald Finley, Matthias Goerne, Christian Gerhaher, Dmitri Hvorostovsky, Bryn Terfel, Andrei Kymach.
Tenor
Tenor, voz aguda masculina. A sua tessitura vai de Dó3 (C3) a Lá4 (A4).
Voz masculina mais comum, alguns exemplos deste tipo de voz, Stevie Wonder, Thome York, Robert Plant, Freddie Mercury, Bruno Mars, Matt Bellamy.
Dentro da música clássica alguns exemplos de tenor Luciano Pavaroti, Sergey Lemeshev, Wolfgang Windgassen, Alfredo Kraus, Anthony Rolfe Johnson, John McCormack, Franco Corelli, Peter Schreier, Juan Diego Flórez, Carlo Bergonzi, Tito Schipa, Peter Pears, Nicolai Gedda, Jon Vickers, Enrico Caruso, Plácido Domingo, Jonas Kaufmann.
Contratenor
Ainda dentro das vozes masculinas existe um tipo muito raro intitulado Contratenor, voz masculina extremamente aguda, comparada a uma voz feminina. Tessitura pode ir de E3 – E5 (Mi3 – Mi5).
Este tipo de voz era comum em coros mistos e masculinos que interpretavam música renascentista e barroca. Na liturgia católica não existia canto congregacional e os coros eram masculinos, assim tínhamos crianças a cantar as linhas mais agudas, depois vieram os Castrati.
Personagens da ópera francesa temos como exemplo Lully, Campra, Ramaeau. Grande parte das óperas italianas destes períodos tem personagens com este tipo de voz.
Alguns exemplos de cantores com este tipo de voz na atualidade Andreas Scholl, David Daniels, Philippe Jaroussky.
Vozes Femininas
Contralto
Dentro das vozes femininas temos o Contralto (Alto), voz mais grave feminina. A sua tessitura vai de Sol3 (G3) a Mi5 (E5).
Voz feminina com um timbre muito escuro, devido à sua raridade esta voz tem poucos papeis na ópera, a maior parte do repertório para este tipo de voz é do período barroco.
Exemplo de cantora com este tipo de voz Billie Holiday, Annie Lennox, Stevie Nicks, Lauryn Hill, Lisa Gerrard, Judy Garland, Cher, PJ Harvey, Diana Krall e Sónia André 🙂
Dentro da música clássica alguns exemplos deste tipo de voz Kathleen Ferrier, Marian Anderson, Claudia Huckle, Ewa Podles.
Mezzo-Soprano
O Mezzo-soprano (Mezzo) é a voz média feminina. A sua tessitura vai de Lá3 (A3) a Fá5 (F5).
Alguns exemplos de Mezzo-soprano Ella Fitzgerald, Janis Joplin, Rihana, Barbra Streisand, Tori Amos, Mary J. Blige, Angela Gossow, Simone Simons, Adele.
Exemplos na música clássica Cecilia Bartoli, Jamie Barton, Marilyn Horne, Fedora Barbieri, Fiorenza Cossotto, Dolora Zajick, Giulietta Simionato, Tatyana Troyanos, Olga Borodina, Luciana D’Intino, Elena Obraztsova.
Soprano
O Soprano é a voz mais aguda feminina. A sua tessitura vai de Dó4 (C4) a Lá5 (A5).
Trata-se da voz mais comum feminina, alguns exemplos deste tipo de voz Yma Sumac, Diana Ross, Dolly Parton, Cyndi Lauper, Mariah Carey, BJörk, Julie Andrews, Cristina Aguilera, Aurora, Eva Cassidy, Lara Fabian.
Exemplos na música clássica Jessye Norman, Anna Netrebko, Diana Damrau, Maria Callas.
O Dó central é o C3 ou C4? Confusão 🙂
Muitas publicações e em teoria musical o dó central normalmente é apresentado como dó3 (figura abaixo).
No entanto, muitas publicações atuais descrevem o dó central como dó4 (figura baixo), porque se encontra na quarta oitava.
Tendo este fator em conta as tessituras são as mesmas o que muda é a nomeação do dó central.
Para a apresentação das tessituras de cada voz, neste método foi utilizado o Dó4 (C4) como Dó central.
Com certeza já ouviu o termo Soprano ou Tenor. Cada tipo de voz canta um determinado número de notas numa determinada zona da escala, e medimos a voz em oitavas (conjuntos de oito notas).
Nas vozes femininas da mais grave para a mais aguda temos o Contralto, tipo de voz mais grave feminina, o Mezzo-soprano como o nome indica ‘mezzo’ meio, logo esta voz situa-se entre a mais grave e mais aguda o Soprano.
Nas vozes masculinas da mais grave para a mais aguda temos o Baixo, voz mais grave possível, o Barítono que é o equivalente ao Mezzo-soprano feminino mas voz masculina, e o Tenor como voz mais aguda masculina. Ainda existe um tipo raro, mais agudo que o Tenor, é o Contratenor.
O melhor será sempre obter a ajuda de um profissional da voz, um professor, um maestro de coro. Pois estas pessoas ao ouvir a sua voz conseguem identificar as caracteristicas e ‘medir’ a sua tessitura. No entanto, quando está a iniciar muitas vezes é difícil classificar com certeza uma voz. É como se a sua voz estivesse a ser posta à prova. Com a prática de exercícios vocais vai cantar mais notas e revelar outras caracteríticas essenciais à classificação.
Existem sistemas de classificação que distinguem por exemplo vários tipos de Tenor, mas na música ligeira (Pop, Rock, Jazz, … ) fazemos uma classificação mais simples como já foi referido a cima. Vozes femininas Contralto (Alto), Mezzo-soprano (Mezzo) e Soprano e nas vozes masculinas Baixo, Barítono e Tenor.
Existem outras formas de ter uma ideia de que tipo de voz possui. Por exemplo, quando começa a cantar as suas canções preferidas no carro e parece-lhe que tem facilidade em acompanhar um determinado cantor ou cantora, isto pode significar que o seu tipo de voz é o mesmo do cantor que está a acompanhar. Também pode ser que a canção estaja numa tonalidade favorável à tessitura que possui no momento. Um exemplo disso é quando uma voz feminina está a acompnhar uma voz masculina e está afinada mas numa oitava distinta, a tonalidade da canção serve os dois tipos de vozes.
Outra forma de descobrir o seu tipo de voz é através da nota mais grave que consegue cantar. Quando estamos a suster notas graves as nossas cordas vocais estão relaxadas e o contrário acontece nas notas agudas ela estendem-se. Logo, o limite de recuo das cordas vocais dita o início da sua voz. Mas quando digo a nota mais grave que consegue cantar refiro-me a uma nota sustentada, com harmónicos e corpo e não aquelas notas apagadas que forçamos na tentativa de baixar a nossa voz para lá do que é natural.
Até onde estica a minha voz?
Quando começamos a prática diária de vocalizos é como se inscrevesse a sua voz no ginásio. Primeiro terá que adquirir esse hábito e todos sabemos o quanto é essencial e difícil ser disciplinado, mas também compensador. A sua voz como qualquer músculo irá ganhar flexibilidade, resistência e força. Consequentemente irá esticar mais (flexibilidade) e irá cantar mais notas com precisão (afinação) e liberdade (sem esforço).
“The key to safely and comfortably increasing your singing range is developing proper technique. With proper technique -from pure, non-airy vowel sounds to correct use of the resonating areas of your body – you will be able to sing those high and low notes with ease, comfort, and confidence.”
Ter uma tessitura grande é positivo porque conseguirá cantar músicas com mais dinámica, que sobem e descem muito, e conseguirá executar frases melódicas mais complexas, com grandes intervalos. Mas isto tudo são aptidões para se expressar livremente e não a competição de quem canta mais notas e faz mais truques 😉
“You’re not going to gain an octave in a day. You might gain one new note every couple of months. It’s a slow process, so you can´t do it to the point of pain. When you start feeling pain, it’s an indication that something is wrong. And you’d better stop because your voice might breack. That’s my number one recommendation. I consciously try to remember that even the very high notes are just notes. There kind of all the same.”