Posição da Laringe no Canto

Sou defensora que a laringe deve estar numa posição neutra para cantarmos em qualquer registo, ou seja, não deve subir nem descer.

Posição da Laringe no Canto. Blog Tudo sobre Canto da Cantora e compositora Sónia André
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Primeiro a laringe como já vimos é como um elevador suspenso por músculos. Quando engolimos um alimento ela sobe e a glote evita a entrada dos alimentos. Quando tentamos imitar um som demasiado grave baixamos a laringe e recuamos a cabeça um pouco.

“…the larynx and its intrinsic muscles precisely adjust the vocal folds so that they vibrate efficiently, creating subtle nuances in timbre, focus, and pitch. As a sound-producing mechanism, the larynx is the principal organ of voice. But the larynx is also suspended within a network of throat muscles that act on it from without and therefore is extrinsic musculature.”

Dimon, Theodore, Jr., author. | Brown, G. David, illustrator. Anatomy of the voice: an illustrated guide for singers, vocal coaches, and speech therapist / Theodore Dimon; illustrated by G. David Brown. Berkeley, California: North Atlantic Books, 2018 | Includes index. ISBN 9781623171971

Qualquer um destes movimentos subir ou descer a laringe coloca as cartilagens responsáveis por esticar as cordas vocais numa posição desfavorável ao seu funcionamento.

“Broadly speaking, when the vocal folds are relaxed and short, the pitch of the voice is lower; and when they are stretched and tension-ed, the pitch is higher.”

Fisher, Jeremy, & Kayes, Gillyanne | Matthews, Cerys, foreword | Connor, Steven, introduction. This is a Voice: 99 exercises to train, project and harness the power of your voice. Wellcome Collection, part of the Wellcome Trust, 215 Euston Road, London NW12BE. ISBN 978-1-9998090-2-7

Logo, a laringe deve estar a ‘meio do pescoço’. Coloque dois dedos em cima da maça do Adão e fale um pouco. note que em alguns momentos a maça do Adão parece ficar mais dilatada mais saliente, mas não sobe e desce repentinamente.

“The stabilizing action of the suspensory muscles aids in the production of high tones in specific ways. As we saw in the last chapter, the cricothyroid muscles raises the pitch by stretching the vocal folds. Activity of the cricothyroid, however, is associated with the constricting action of he throat muscles, so that untrained singers tend to tighten the larynx as they ascend in pitch.

Dimon, Theodore, Jr., author. | Brown, G. David, illustrator. Anatomy of the voice: an illustrated guide for singers, vocal coaches, and speech therapist / Theodore Dimon; illustrated by G. David Brown. Berkeley, California: North Atlantic Books, 2018 | Includes index. ISBN 9781623171971

Acção dos musculos suspensores da laringe. Blog Tudo sobre canto
Ação dos músculos suspensores a cantar_p_52 Anatomy of the Voice. Illustrated by G. David Brown

“Trained singers, in contrast, are able to raise the pitch without elevating the larynx or tightening the throat.”

Dimon, Theodore, Jr., author. | Brown, G. David, illustrator. Anatomy of the voice: an illustrated guide for singers, vocal coaches, and speech therapist / Theodore Dimon; illustrated by G. David Brown. Berkeley, California: North Atlantic Books, 2018 | Includes index. ISBN 9781623171971

Esta posição neutra da laringe é possível quando não acionamos os músculos suspensores da laringe. Para evitar isso devemos pensar que as notas da escala estão numa posição horizontal ao cantá-las. Não olhamos para cima quando estamos a subir na escala, nem para baixo quando estamos a descer. Se as notas estiverem na horizontal como se encontram no piano estão todas ao nosso alcance, o que a nível cerebral é ótimo para eliminar tensão desnecessária nos músculos suspensores da laringe e nos músculos da garganta.

“A high larynx is one of the most common problems affecting speakers and singers, but it’s very simple to get the larynx to its proper position with a series of low-larynx exercises. (…) You’ll be happy to know that the larynx is one of the parts of the body that has great sense memory. Once it gets used sitting in its normal position, it stays there, even if you aren’t doing an exercise. And with the larynx in it’s normal, healthy speaking position, you will have effectively turned down the excess brassiness of your voice.”

Love, Roger with Frazier, Donna – Set Your Voice Free. LITTLE, BROWN AND COMPANY, sd. Boston New York London. ISBN 0-316-44179-!

Outro trabalho que deve ser realizado nesse sentido, é fazer vocalizos com muita dinâmica, que abrangem uma oitava em média, e trabalhar muito bem a articulação das vogais nos diferentes registos. Assim, treinamos a mecânica de cantar escalas extensas e saltos (intervalos) mais desafiantes sem alterar muito a posição da laringe.

“Tension adversely affects the vocal cords ability to do their job. Tight throat muscles push and pull your larynx and cause strain. Learn to feel tension and let go of it. Replace the habit of tension with the habit of relaxation.”

Gallinger, Karen – The Zen of Singing: Freeing Your True Voice. 2006.

O movimento da laringe é influenciado pelo movimento da língua, pela tensão na garganta e queixo. Recomendo que leia os últimos artigos que falam no domínio da língua do queixo e sobre o palato.

O que é o Palato?

Podemos dividir o palato em duas secções, o palato duro e o palato mole. O palato duro no fundo é o céu da boca, e é o que nos permite mastigar e ao mesmo tempo respirar pelo nariz.

O palato mole estende-se até à garganta (onde se encontra a úvula) e move-se. Juntamente com a língua por exemplo quando estamos a nadar é capaz de selar a entrada de água e do ar pela boca ou nariz.

Posição da língua no canto. Tudo sobre Canto de Sónia André Blog para cantores com curiosiddade
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Quando estamos a engolir os alimentos o palato mole encontra-se elevado contra a faringe para fechar a cavidade nasal.

Existem vários músculos, para ser mais precisa cinco, responsáveis pelo movimento do palato mole.

“Levator veli palatini is a thick muscle (…) Its function is to move the soft palate upward and backward, closing the velopharyngeal valve or nasal port. When we yawn or deepen the voice, which raises the palate, it is this muscle that comes into play – a crucial one for voice users.”

Dimon, Theodore, Jr., author. | Brown, G. David, illustrator. Anatomy of the voice: an illustrated guide for singers, vocal coaches, and speech therapist / Theodore Dimon; illustrated by G. David Brown. Berkeley, California: North Atlantic Books, 2018 | Includes index. ISBN 9781623171971

Cantar exige que o palato esteja arqueado e levantado. Isso não acontece quando a garganta está tensa a língua está numa posição elevada e o queixo também tem tendência a estar um pouco fechado.

“A great many singers suffer the defect called “throatiness” of the emission that is to say , they attack or start the note in the throat. Sooner or later this attack will ruin the most beautiful voice. As I have said before, the attack of the note most come from the apoggio, or breath prop. But to have the attack pure and perfectly in tune you must have the throat entirely open, for i its useless to try to sing if the throat is not sufficiently open to let the sound pass freely. Throaty tones or pinched tones are tones which are trying to force themselves through a half-closed throat blocked either by insufficient opening of the larynx  or by stopgap of the throat passage, due to the root of the tongue being forced down and back too hard or possibly to a low, soft palate.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

O oposto acontece quando o palato está elevado a língua o osso hioide a laringe estão numa posição baixa o que permite abrir a garganta.  Por exemplo quando estamos no início de um bocejo. Com alguns exercícios é possível induzir o movimento destes músculos que permitem manter o palato mole elevado.

Arquear o palato é crucial para moldar o som cantado, ao arquear o palato conseguimos ligar a cavidade oral à faringe fazendo delas uma cavidade de ressonância unificada.

“The “throaty” voice comes from singing with the throat insufficiently opened, so that the breath does not pass easily  through the nose and head cavities and, again from not attacking the tone deeply enough.

To cure oneself of this throaty quality attack your notes  from the abdomen, the mouth well open, standing in the front of a mirror. The force of the respiration will keep the tongue depressed and the throat  will remain free.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

Cantar com a garganta é considerado um problema (defeito) no Canto, pois isso demonstra que o apoio (respiração), a pressão do ar é insuficiente ou utilizada de forma ineficiente para o Canto. Assim, esta falta de energia faz-nos construindo tensão nos músculos à volta da laringe e por aí acima fechando a garganta mantendo a língua elevada o palato mole baixo e o queixo trancado. O que resulta daí, é no fundo, um grito e não um som suspenso que é o nós produzimos a cantar.

Posição da Língua com o palato mole no canto. Blog Tudo sobre canto de Sónia André
Posição da língua com a garganta aberta e fechada. Figure 4 – 10. a. Position of the tongue during singing: open throat; b. Raised position of tongue: closed throat. p.69 Anatomy of the Voice, Ilustrated by G. David Brown

“Most people envision singing as something that starts in your throat and comes out of your mouth. That is a very limiting idea and forces your throat to work MUCH too hard. From no won think of singing as a “whole body” event and work to keep the tone out of your throat. I find it helpful to imagine the sound is coming up the back of my spine and neck, and then moving out through my face masque.”

Gallinger, Karen – The Zen of Singing: Freeing Your True Voice. 2006.

No artigo de articulação encontra alguns exercícios relacionados com o palato mole e que lhe permitem abrir a garganta.

O vídeo abaixo contém uma explicação detalhada do que é o ‘Palato’ e, exercícios para perceber como aciona este mecanismo tão importante para os cantores.

 

Articuladores

São vários os órgãos que intervêm na articulação das palavras. Penso que este conhecimento nos permite compreender algumas das dificuldades que às vezes temos na articulação das palavras no canto.

Articuladores, músculos e orgãos que nos permitem articular as palavras Tudo Sobre Canto Blog de Sónia André
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Os sons produzidos na laringe são moldados na faringe e boca e as consoantes são realizadas pela ação conjunta de lábios, dentes, língua e palato.

Comecemos pelos músculos que incluem os lábios e as paredes da face, estes têm a função de posicionar os alimentos na boca para serem mastigados. No canto são cruciais para moldar as vogais e obter um som rico de harmónicos, ao moldar conseguimos colocar o som nas cavidades de ressonância.

Músculos da boca e garganta. Tudo sobre canto blog da cantora Sónia André
Músculos da boca e garganta. Ilustração de G: David Brown do livro Anatomy of the Voice p.70

O palato tem duas secções, o palato duro (céu da boca) e o palato mole na parte de trás (teto da garganta).  O palato mole move-se e é como uma porta que pode abrir a passagem para a cavidade nasal e a faringe. Quando inspiramos pelo nariz essa porta está aberta para o ar entrar e passar diretamente para os pulmões. Quando estamos a engolir o palato primária mente sobe para fechar a entrada de ar pela cavidade nasal, e depois baixa contra a língua que irá empurrar o alimento.

A cantar, no registo de cabeça o som penetra na cavidade nasal onde ganha corpo com os harmónicos. Para isso acontecer devemos conseguir mover palato mole, ou melhor, arquear o palato.

 “The action of the palate during speaking and singing is variable but, on the whole, singing requires that the palate be arched or raised.”

Anatomy of the Voice de Theodore Dimon 

Na imagem abaixo conseguimos perceber que quando abrimos a boca e baixamos o queixo, a língua fica relaxada na base da boca e o espaço na garganta é maior. O palato sobe e com isso conseguimos com que o som se direcione para a cavidade nasal para ser amplificado. Esta posição é essencial no registo de cabeça.

Ação do palato mole. Blog Tudo sobre canto Sónia André
O palato mole a) arqueado; b) baixo; Anatomy of the Voice Theodore Dimon p.67

Mas se a posição da boca for mais fechada a posição da língua é mais elevada o que não permite arquear o palato mole, logo esta posição seria mais favorável ao registo de peito.

“In singing, the nasal port is mainly kept open particularly during vowel production and when singing in the upper registers. This means that the palate is actually kept fairly low, not high, as singers often claim.”

Anatomy of the Voice de Theodore Dimon 

Para cantar é mais fácil ter a garganta na posição aberta. Para que isto aconteça a língua deve estar relaxada pousada na base da boca e a ponta da língua tocar a arcádia dentária inferior. Podemos tomar como exemplo a vogal (á), pois o queixo baixa e a língua está na posição mais relaxada mantendo a garganta aberta.

A posição da língua nas vogais, canto e técnica vocal blog de Sónia André
Posição da língua nas vogais. Ilustração G. David Brown do Livro Anatomy of the Voice p.70

A posição da língua muda consoante as vogais, no entanto é necessário usar os lábios e a boca para moldar vogais sem tensão.

“Singers tend to change only the tongue position and not to involve the lips and mouth too much, as these cause unnecessary tension.”

Anatomy of the Voice de Theodore Dimon 

Em suma devemos moldar as palavras no canto de forma distinta da fala tendo em conta a gama de sons bem mais extensa que utilizamos.

Posição da Cabeça no Canto

Sem conhecer a ação dos músculos suspensores durante o canto, nunca iriamos perceber a importância da postura da cabeça.

O quanto a posição da cabeça influência o Canto Tudo sobre Canto blog de Sonia Andre
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Podemos pensar na laringe como um ‘elevador’, está suspensa por músculos qua a fazem subir e descer.

Estes músculos suspensores assistem a laringe em duas funções. A engolir, ou seja, a primeira função da laringe é fechar para evitar a entrada do alimento na via respiratória.

Músculos Suspensores da Laringe, Blog Tudo sobre Canto de Sónia André
Suspensory Muscles of the larynx. p.48 Anatomy of The Voice, Illustrated by G. David Brown

No canto os músculos suspensores da laringe devem estar livres de tensão, e a laringe deve estar numa posição neutra (baixa, não deve subir) de forma às cartilagens esticarem as cordas vocais e a garganta que é a principal cavidade de ressonância se manter na posição aberta.

“When we sing, however, the swallowing muscles that elevate and constrict the larynx tend to come into play, particularly when we sing in falsetto or head registers. In order to maintain a low position of the larynx and an open throat, the action of the swallowing muscles that elevate the larynx must be countered by muscles pulling down on the larynx, antagonistically supporting it within a web of muscles. This makes it possible to raise the pitch without interfering with the vibratory action of the larynx, and maintain an open throat. Engaging the suspensory muscles in this way is one of the most important skills a trained singer must learn.”

Anatomy of the Voice, Theodore Dimon

Tendo agora conhecimento destes da ação destes músulos percebemos que devemos manter a cabeça numa posição em que consigamos articular e mexer livremente o queixo o que nos permite cantar no registo de cabeça e falsete sem tensão, esticando as cordas vocais e abrindo a garganta para o som entrar nas cavidades de ressonância correspondentes e ao mesmo tempo temos a língua e o queixo livres para articular.

 

Posição da Laringe no Canto, blog de Sonia Andre Tudo sobre Canto
Posição da Laringe no Canto. p.143 do Livro This is a Voice de Jeremy Fisher & Gillyanne Kayes

“The depth and fullness of the oscuro component of this sound quality is achieved by using a “comfortably low” larynx, which elongates the tube of the vocal tract. This laryngeal posture is often referred to as the “sob setting” because in speaking voice it’s similar to the position of the larynx during the act of sobbing.”

This is a Voice de Jeremy Fisher & Gillyanne Kayes

Reparo que é um erro comum com os meus alunos o de dirigir o olhar para o teto e levantar a cabeça sempre que temos que cantar no registo mais agudo isto eleva a laringe e aciona estes músculos suspensores, consequentemente fechamos a garganta e temos o maxilar preso para articular.

“They lower  their chins to their chests, thinking that’s where the low pitches are. Then they raise their heads to the sky, stretching their necks like giraffes eating leaves from a tall tree, as though this position will somehow help them hit the high notes. It just doesn’t work like that. And the pain in the neck that results is just one more source of strain that keeps them from gaining access to the middle.”

Set your voice free. Roger Love with Donna Frazier

posição errada da cabeça no canto
b) Strained appearance of the singer; c) Lines of force of the elevators; p.51 from Anatomy of The Voice, Illustrated by G. David Brown

“All of this activity is associated with tightening the throat, as we can clearly be seen in untrained singers who “reach” for high notes by raising the larynx and tightening the entire neck and larynx in the process.”

Anatomy of the Voice, Theodore Dimon

Devemos monitorizar estes movimentos bruscos da cabeça tendo em conta que isso influência todo o funcionamento da voz. Podemos fazê-lo fazendo recurso a um espelho.

 

Como funciona a Voz?

“There is only one way to sing correctly, and that is to sing naturally, easily, comfortably.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

Como funciona a Voz tudo sobre canto blog
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Quando inspiramos o ar passa pelas cordas vocais e estas encontram-se na posição aberta. Assim que ouvimos uma nota, os músculos e cartilagens da laringe estendem as cordas vocais na pressão certa para que, a coluna de ar criada pelo aparelho respiratório ao passar pelas cordas vocais, as faça vibrar, produzindo a nota musical que ouvimos anteriormente.

“I’m a stronger believer in the idea that the more you understand about what’s happening in your body as you speak and sing, the better you’ll sound.”

Roger Love do livro Set your voice free.

O aparelho vocal é constituído por inúmeros órgãos e grupos de músculos e nervos. Trata-se de um conjunto de mecanismos flexíveis que operam em harmonia.

A Laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular, que liga a faringe à traqueia e onde se situam as cordas vocais, esta tem a função de evitar a entrada de alimentos na via respiratória e a produção de som.

Tensors of the larynx.
Ilustração do Livro Anatomy of the Voice

É importante no Canto percebermos onde se situam as cordas vocais e que a laringe se move pela ação de vários músculos. É um mecanismo flexível e tem que o ser, porque utilizamos os mesmos órgãos para várias funções.

Um bom exemplo disso é quando estamos a comer, muitos destes mecanismos que usamos para cantar assumem diferentes funções. Claro que isto tudo se aciona através do nosso cérebro e que não temos que pensar nisso.

A Cantar muitas vezes fazemos uma tensão na garganta e usamos a parte de trás da língua isto aciona partes do aparato vocal desnecessárias. Também ocorre com frequência a subida ou descida da laringe (visível através da maça de Adão, proeminência laríngea), este desequilíbrio faz com que as cartilagens responsáveis por estender as cordas vocais não se encontrem numa posição favorável para o fazer.

Action of the transverse and oblique arytenoid muscles, wich close the glottis.
Ilustração do Livro Anatomy of the Voice

“The brain is the overall regulator of these systems: activating muscles, providing information via nerve pathways, and using both sensory and auditory feedback to control and monitor the functioning of the tree systems. Except in rare cases, all humans are capable of making both spoken and sung sounds.”

Jeremy Fisher & Gillyanne Kayes do livro This is a Voice

Muitas vezes não entendemos o porquê de se fazer tantos exercícios vocais para se dominar a voz. Digamos que se percebermos que estes músculos funcionam sem o comando consciente direto, ou seja, os órgãos internos simplesmente funcionam, como iremos desativar as ações que não interessam à produção do som!?

Assim sendo, devemos primeiro perceber como o som é produzido e porque certos músculos se acionam. De seguida estimulamos o funcionamento ideal desses mecanismos para Cantar através de exercícios vocais.

Respiração no Canto – Músculos Intervenientes

A respiração é sempre a protagonista quando se fala de Canto e Técnica Vocal. Existe uma razão plausível para isso, é que esta deve ser a única fonte de energia e suporte da voz.

Acho importante perceber onde tudo se passa quando executámos a respiração diafragmática – intercostal. Logo, comecemos pelo diafragma.

O diafragma é um músculo na base do pulmão, parecido com um paraquedas. Quando inspiramos o diafragma é estendido e quando expiramos ele sobe.

Este músculo é extremamente importante pois assim que se eleva em direção aos pulmões conseguimos criar um fluxo de ar contínuo para fazer as cordas vocais vibrarem e produzir som.

O órgão respiratório é um mecanismo de suspensão daí a necessidade de uma boa postura e relaxamento dos músculos intervenientes.

Um dos mais poderosos grupos de músculos do aparelho respiratório para além do diafragma é o Sacrospinal. Consiste num conjunto de músculos ligados desde as costas do crânio à base da coluna.

Quando estes músculos são ativados pelo aumento do volume dos pulmões, todo o torso é suspenso e o arco intercostal alargar-se pelo diafragma.

A expansão no baixo abdómen resulta do movimento do diafragma.

Atado ao diafragma na parte central das costelas encontram-se os músculos intercostais.

A respiração diafragmática-intercostal consiste na ativação de todos estes músculos, o diafragma, sacrospinal e os intercostais.

Esta é a primeira parte de uma série de artigos sobre este tema tão importante para os Cantores, a respiração. No fundo este foi para dar a conhecer os músculos intervenientes na respiração diafragmática – intercostal.