A palavra registo aparece muitas vezes nos meus artigos sobre canto. Registo é um conjunto de notas com características comuns.
“A vocal register is a series of tones which are produced by a certain position of the larynx, tongue and palate.”
Como já percebemos, as cordas vocais assumem uma posição e determinada tensão para produzir graves, médios e agudos. A quantidade e a velocidade do ar são distintas de registo para registo.
“The ordinary registers are the low, the middle, the high voice, or head voice, and sometimes the second high voice, which has been called the flagellant voice.”
Estes registos existem nas vozes masculinas e femininas. Ambas as vozes tem graves, médios e agudos.
“The voice is naturally divided into three registers – the chest, medium and Head.”
Cada registo tem frequências e harmónicos específicos que devem ser amplificados na sua caixa de ressonância e a cavidade oral é responsável pela articulação desses sons, formando moldes específicos para as notas.
“Though the registers exist and the tones in middle, below and above are not produced in the same manner, the voice should be so equalized that the change in registers cannot be heard.”
Este artigo é sobre o Registo de Peito, zona grave da nossa voz. Basicamente porque as alterações são mínimas de nota para nota só o necessário para cantar de meio em meio tom. Daí os exercícios de canto estarem construídos com escalas cromáticas na sua maioria.
O Registo de Peito ou Voz de Peito tem um som profundo e rico. Muitas vezes caracterizamos os sons graves como sons escuros, quentes. Os sons graves amplificam-se nas cavidades de ressonância inferiores. Sente-se a vibração do som na zona superior do peito e mesmo na laringe.
“When you’re in chest voice, the vocal cords are supposed to be vibrating along their full length, like the long, thick strings of a piano. Chest voice – as you would guess – feels like it resonates in the top part of your chest. If you put your hand just below the seam where your neck meets the top of your chest and say, “I can speak in chest,” you should feel a slight vibration in your hand.”
Nos graves temos uma grande quantidade de ar exalado e pouca pressão. Expiramos de forma intensa e lenta o que exige grande capacidade respiratória, de relaxamento corporal e controlo para obter bom som. As cordas vocais estão na posição mais relaxada, logo é necessário muito ar para as fazer vibrar.
A sonoridade da voz de peito é a mais próxima da que usamos na fala. Logo usamos a mesma colocação que a fala.
Em termos de articulação também é semelhante à voz falada porque, não é necessário muito espaço na boca para obter um som rico de harmónicos graves. Pelo contrário, o espaço a mais pode até prejudicar essa riqueza de gama de sons e fazer com que coloquemos o som mais acima do que necessário.
Noto também que alguns alunos quando estão a fazer escalas descendentes ou a tentar obter um som mais escuro, mais grave, forçam a laringe para baixo, o que resulta num som pobre de harmónicos (mais abafado) quase um ‘falsete’ grave, para além de que é desconfortável para o cantor/a.
Os próximos dois artigos serão sobre o registo médio ou voz média e registo de cabeça ou voz de cabeça. Com isto não pretendo dividir a voz, mas sim alertar para as diferenças técnicas entre registos para poder usufruir de todo o potencial da sua voz.