Exercícios de Respiração para Cantores

Nas aulas de Canto muitas vezes reparo que tenho alunos com dificuldades distintas no que diz respeito à respiração.

Há pessoas que tem facilidade e consciência muscular de como respirar de forma diafragmática, para o abdómen. No entanto tem dificuldade em aplicar uma coluna de ar ao som que estão a produzir.

Outros tem facilidade em usar a expiração para criar som, mas no entanto a sua respiração é mais torácica do que diafragmática, logo aí reside a dificuldade em criar pressão de ar suficiente para suster as notas.

Assim sendo, divido o estudo da respiração em III partes.

Exercícios de Respiração Parte I – Memória Muscular

A I Parte, com exercícios de consciencialização do movimento dos músculos intervenientes. Estes são essenciais para perceber como mudar de uma respiração torácica para uma respiração diafragmática (no abdómen).

Exercício 1 – Movimento do diafragma

» Deitado numa superfície plana. Sinta o suporte dessa superfície em todo o corpo. Relaxe todos os músculos deixando o peso do seu corpo se apoiar plenamente nessa superfície.

» Sopre todo o ar lentamente e assim que sentir que não tem mais ar, inspire imediatamente pelo nariz de forma lenta e relaxada. Sinta o ar a entrar no seu corpo.

» Coloque as mãos, uma abaixo da linha do peito e a outra logo de seguida cobrindo a parede abdominal. A ideia é sentir a respiração debaixo das suas mãos. Ao inspirar vai sentir a expansão desses músculos e ao expirar o movimento inverso e assim adquirir memória muscular.

Dica: Pode colocar um livro (não muito pesado 😉 ) e observar a subida e descida da parede abdominal enquanto vê a sua série favorita.

Exercício 2 – Movimento dos intercostais

» Sentado com os pés bem apoiados no chão (as pernas em forma de L), coloque as mãos abaixo da linha do peito na lateral, por cima da parte superior das suas costelas (para ter perceção do movimento dos intercostais).

» Vamos agora expirar pela boca e durante a expiração, inclinar o tronco para a a frente, num ângulo de  60º.

» Nesta posição, assim que ficarmos sem ar, inspiramos lentamente pelo nariz. Este exercício permite sentir de forma mais ampla o movimento dos intercostais.

» Na mesma posição executamos mais dois ciclos respiratórios, ou seja, expiramos pela boca e inspiramos pelo nariz.

» Da terceira vez na expiração voltamos à posição inicial de um ângulo de 90º na cadeira.

Exercício 3 – Controle da pressão do ar

» De pé sopre com pressão todo o ar como se fosse encher aquela boia de praia 😉 .

» Logo que sentir um vácuo na zona abdominal inspire pelo nariz lentamente até encher completamente os seus pulmões.

» De seguida expire com as consoantes ‘Tsssssss’ como se da própria boia de praia a esvaziar se trata-se.

» Deve criar uma pressão de ar constante até acabar todo o ar e logo de seguida não se esqueça de inspirar pelo nariz.

Dica: Deve cronometrar para perceber quantos segundos consegue expirar com uma pressão de ar constante.

Exercícios de Respiração Parte II – Usar o Ar para produzir som

A II parte consiste na utilização unicamente do ar para cantar, daí me ter referido à respiração no Canto como a ‘Fonte de Energia’.

Exercício 1 – Ativar ‘diafragma’

» Expire todo o ar pela boca, a soprar, até sentir que a sua parede abdominal colou às costas. Logo de seguida inspire pelo nariz de forma lenta e prolongada.

» Solte o ar em pequenos golpes como som ‘Tsss’ ou ‘Chhh’ (como em chave).

» Deve colocar as mãos sobre a parede abdominal para sentir o movimento do diafragma.

Dica: pode utilizar o metrónomo a uma velocidade confortável para soltar o ar a tempo.

Exercício 2 – Aplicar  o ar à fonação

» A preparação para iniciar cada exercício é sempre igual, ou seja, expirar todo o ar pela boca (a soprar) e inspirar logo de seguida pelo nariz.

» Pense no som mais agudo que acha que consegue produzir, sim corra riscos :), e de seguida solte todo o ar com ‘Brrrrrrrrrr’  vibração de lábios.

» Vai descer na escala de forma natural da nota mais aguda para a mais grave que consegue com este som.

» Repita umas 3 a 5 vezes no máximo.

Dica:  Repare que está a produzir uma vogal a par dessa vibração, um (ê) se quiser.

Exercício 3 – Gerir a pressão do ar

» Para este exercício  iremos necessitar de um copo de água meio cheio e uma palhinha.

» Comece por soprar pela palhinha dentro do copo de água. A intenção é manter uma constante produção de bolhas que emergem da água. Inspire sempre que precisar.

» Agora murmure com (‘Mmmm’ ou ‘Hum’) pela palhinha. Mantenha uma suave corrente de ar. O objetivo é conseguir produzir som e bolhas a emergir da água de forma constante sem sair água do copo.

Dica: Se a água salta para fora do copo é sinal que está a usar demasiada quantidade e pressão de ar para produzir som.

Exercícios de Respiração Parte III – Gestão do Ar

A III parte consiste na gestão do ar. Vamos perceber que em diferentes registos da nossa voz, necessitamos de quantidade e pressão de ar distinta para produzir som. Que muitas vezes temos que manter o diafragma suspenso por uns segundos antes de executar uma determinada nota, ou que temos que relaxar imediatamente a musculatura para produzir o som desejado.

Exercício 1 – Pressão do ar distinta

» Vamos colocar uma mão na parede abdominal só para sentir o movimento e na expiração iremos produzir 3 sons distintos: ‘Chhh’ , ‘Tsss’ e ‘Ffff’.

» Soltamos o ar num ritmo constante e com sons curtos, até sentirmos que não conseguimos obter mais movimento da parede abdominal e aí inspiramos novamente.

» Repita três vezes.

Dica: Utilize o metrónomo para manter o ritmo a uma velocidade mais ou menos de 120 BPM para produzir sons de pequena duração. Executa o exercício com uma só expiração.

Exercício 2 – Suspensão

» Chamo a este exercício 4-5-8, porque utilizo contagens para o realizar. Com o metrónomo para poder contar, coloque à velocidade de 80/85 BPM e com 1 tempo.

» Inspire em 4 tempos pelo nariz, aguente o ar lá dentro 5 tempos e expire a soprar com intensidade em 8 tempos.

» Repita três vezes de forma cíclica.

» Assim que tiver mais há vontade com este exercício, faça a expiração com o som ‘Tssssss’.

Exercício 3 – Suspensão ativando intercostais e libertando articuladores

» Com as mesmas contagens do exercício anterior. Inspire em 4 tempos pelo nariz e ao mesmo tempo levante os braços formando com eles uma linha reta com os ombros.  Irá sentir o movimento dos intercostais.

»Aguente o ar lá dentro durante 5 tempos.

» Expire pela boca com um ‘Háááá’ surdo. Ao mesmo tempo que expira deixe cair o queixo para baixo, abrindo a boca e relaxando toda a cavidade oral (boca).

» Mantenha os braços na mesma posição e execute o exercício três vezes de forma cíclica. Na última vez baixe os braços lentamente durante a expiração.

» Volte a executar todo o exercício mas agora, na expiração, solte um ‘Háááá’ audível e relaxado. Execute este também, três vezes de forma cíclica.

Dica: É sempre benéfico fazer alguns exercícios de relaxamento antes de fazer exercícios de respiração. Tenha também atenção à sua postura sempre 😉

‘Apoio’ no Canto – O que é?

O apoio no Canto consiste na gestão eficiente do ar.

“Apoio, portanto, é o controlo elástico e consciente da força retrátil passiva e espontânea do movimento de elevação do diafragma ao promover a expiração, e é conseguido pelo domínio dos seus antagônicos – os músculos abdominais e intercostais – com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna de ar e aplicá-la à fonação.”

Helena Wöhl Coelho, 1994 do livro Técnica vocal para coros.

Esta gestão que falava à pouco é realizada pelos músculos intercostais e  diafragma.

No último artigo ‘ Respiração no Canto’ encontras esclarecimento sobre os músculos utilizados na respiração diafragmática-intercostal.

“It is perfectly natural. I breath low down in the diaphragm, not as some do, high up in upper part of the chest. I always hold some breath in reserve for the crescendos, employing only what is absolutely necessary, and I renew the breath wherever it is easiest.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

Tetrazzini faz referência a esta gestão do ar necessária dizendo que reserva algum ar para os crescendos. Cada canção, obra tem as suas exigências respiratórias. Nem todas as canções tem o mesmo ritmo, a mesma dinâmica a mesma métrica. Todas estas situações são desafios quando pensamos na melhor forma de ‘respirar’ em cada canção.

Daí a necessidade de analisar a canção. Primeiramente penso ser benéfico perceber o ritmo da canção, o seu compasso, a sua velocidade. Depois perceber a métrica das palavras relacionada claro com a melodia que lhe está associada, a sua dinâmica (se sobe, se desce e como). O volume também faz parte da equação, no fortíssimo e pianíssimo a quantidade e pressão de ar é diferente.

Estes desafios sempre que temos que interpretar uma nova canção  são reveladores das dificuldades respiratórias que temos no Canto.

Primeiro devemos aprender a técnica respiratória de forma a que haja memória muscular para suportar a voz cantada. Deve-se realizar exercícios respiratórios no início para adquirir a perceção do movimento do diafragma e intercostais (sentir a expansão destes músculos).  Para passarmos da respiração ‘torácica’ para a respiração ‘diafragmática – intercostal.

Na respiração torácica o nosso peito aumenta de volume e elevamos os ombros. Esta respiração não é benéfica para o Canto. Pois aqui, não estamos a usar o potencial do diafragma e dos intercostais para criar pressão de ar necessária à vibração das cordas vocais.

No próximo artigo do blog irei partilhar mais exercícios de respiração para trabalhar áreas específicas da técnica vocal. Subscreva a newsletter para não perder!

Respiração no Canto – Músculos Intervenientes

A respiração é sempre a protagonista quando se fala de Canto e Técnica Vocal. Existe uma razão plausível para isso, é que esta deve ser a única fonte de energia e suporte da voz.

Acho importante perceber onde tudo se passa quando executámos a respiração diafragmática – intercostal. Logo, comecemos pelo diafragma.

O diafragma é um músculo na base do pulmão, parecido com um paraquedas. Quando inspiramos o diafragma é estendido e quando expiramos ele sobe.

Este músculo é extremamente importante pois assim que se eleva em direção aos pulmões conseguimos criar um fluxo de ar contínuo para fazer as cordas vocais vibrarem e produzir som.

O órgão respiratório é um mecanismo de suspensão daí a necessidade de uma boa postura e relaxamento dos músculos intervenientes.

Um dos mais poderosos grupos de músculos do aparelho respiratório para além do diafragma é o Sacrospinal. Consiste num conjunto de músculos ligados desde as costas do crânio à base da coluna.

Quando estes músculos são ativados pelo aumento do volume dos pulmões, todo o torso é suspenso e o arco intercostal alargar-se pelo diafragma.

A expansão no baixo abdómen resulta do movimento do diafragma.

Atado ao diafragma na parte central das costelas encontram-se os músculos intercostais.

A respiração diafragmática-intercostal consiste na ativação de todos estes músculos, o diafragma, sacrospinal e os intercostais.

Esta é a primeira parte de uma série de artigos sobre este tema tão importante para os Cantores, a respiração. No fundo este foi para dar a conhecer os músculos intervenientes na respiração diafragmática – intercostal.

A Fonte de Energia

A expiração é a responsável pela vibração das cordas vocais e daí a responsável pela produção do som.

O ato de respirar envolve vários órgãos e respirar bem está intimamente ligado a uma boa postura.

No Canto aprendemos a controlar a inspiração e expiração pois deve ser a única fonte de energia a ser utilizada para fazer as cordas vocais vibrarem.

A respiração usada no Canto pode ser denominada de várias formas, aqui vamos optar pela denominação respiração Diafragmática- Intercostal.

“Pavarotti emulated what he saw, and for the first time in his career, he began to use diaphragmatic breathing. When he did, he says, everything changed for him. He worried less that his voice would be strong on day and feeble the next. He felt he got a much greater level of consistency from his sound, and performing became much more pleasurable.”

Roger Love do livro Set your voice free

A respiração diafragmática-intercostal consiste na inspiração pelo nariz, enchendo os pulmões desde a sua base, estendendo o diafragma e os músculos intercostais responsáveis pela expansão da caixa torácica (sente-se na parte inferior da caixa torácica).

Respiração no Canto, Sónia André Blog Tudo sobre Canto
The diaphragm functions in breathing illustration

Na expiração todos os músculos intercostais e o diafragma são responsáveis pela criação de pressão de ar que, na sua saída, fará vibrar as cordas vocais.

“A singer must be able to rely on his breath, just as he relies upon the solidity of the ground beneath his feet.”

Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747

A respiração que não devemos usar denominamos de Torácica, esta é um produto de uma má postura corporal, das vidas atarefadas, das horas que passamos sentados. Esta respiração envolve o uso de músculos do peito, é responsável por movimentos respiratórios curtos. Ineficiente para o Canto e fala, pois, a ação destes músculos não permite a criação de pressão de ar, essencial à vibração das cordas vocais.

A Medida da tua Voz

Qual é o meu tipo de voz? O que é a tessitura?

Com certeza já ouviu o termo Soprano ou Tenor. Cada tipo de voz canta um determinado número de notas numa determinada zona da escala, e medimos a voz em oitavas (conjuntos de oito notas).

Nas vozes femininas da mais grave para a mais aguda temos o Contralto, tipo de voz mais grave feminina, o Mezzo-soprano como o nome indica ‘mezzo’ meio, logo esta voz situa-se entre a mais grave e mais aguda o Soprano.

Nas vozes masculinas da mais grave para a mais aguda temos o Baixo, voz mais grave possível, o Barítono que é o equivalente ao Mezzo-soprano feminino mas voz masculina, e o Tenor como voz mais aguda masculina. Ainda existe um tipo raro, mais agudo que o Tenor, é o Contratenor. 

Como descobrir qual é o meu tipo de voz?

O melhor será sempre obter a ajuda de um profissional da voz, um professor, um maestro de coro. Pois estas pessoas ao ouvir a sua voz conseguem identificar as caracteristicas e ‘medir’ a sua tessitura. No entanto, quando está a iniciar muitas vezes é difícil classificar com certeza uma voz. É como se a sua voz estivesse a ser posta à prova. Com a prática de exercícios vocais vai cantar mais notas e revelar outras caracteríticas essenciais à classificação.

Existem sistemas de classificação que distinguem por exemplo vários tipos de Tenor, mas na música ligeira (Pop, Rock, Jazz, … ) fazemos uma classificação mais simples como já foi referido a cima. Vozes femininas Contralto (Alto), Mezzo-soprano (Mezzo) e Soprano e nas vozes masculinas Baixo, Barítono e Tenor.

Existem outras formas de ter uma ideia de que tipo de voz possui. Por exemplo, quando começa a cantar as suas canções preferidas no carro e parece-lhe que tem facilidade em acompanhar um determinado cantor ou cantora, isto pode significar que o seu tipo de voz é o mesmo do cantor que está a acompanhar. Também pode ser que a canção estaja numa tonalidade favorável à tessitura que possui no momento. Um exemplo disso é quando uma voz feminina está a acompnhar uma voz masculina e está afinada mas numa oitava distinta, a tonalidade da canção serve os dois tipos de vozes.

Outra forma de descobrir o seu tipo de voz é através da nota mais grave que consegue cantar. Quando estamos a suster notas graves as nossas cordas vocais estão relaxadas e o contrário acontece nas notas agudas ela estendem-se. Logo, o limite de recuo das cordas vocais dita o início da sua voz. Mas quando digo a nota mais grave que consegue cantar refiro-me a uma nota sustentada, com harmónicos e corpo e não aquelas notas apagadas que forçamos na tentativa de baixar a nossa voz para lá do que é natural.

Até onde estica a minha voz?

Quando começamos a prática diária de vocalizos é como se inscrevesse a sua voz no ginásio. Primeiro terá que adquirir esse hábito e todos sabemos o quanto é essencial e difícil ser disciplinado, mas também compensador. A sua voz como qualquer músculo irá ganhar flexibilidade, resistência e força. Consequentemente irá esticar mais (flexibilidade) e irá cantar mais notas com precisão (afinação) e liberdade (sem esforço).

“The key to safely and comfortably increasing your singing range is developing proper technique. With proper technique -from pure, non-airy vowel sounds to correct use of the resonating areas of your body – you will be able to sing those high and low notes with ease, comfort, and confidence.”

Karyn O’Connor – Singwise.com

 

Ter uma tessitura grande é positivo porque conseguirá cantar músicas com mais dinámica, que sobem e descem muito, e conseguirá executar frases melódicas mais complexas, com grandes intervalos. Mas isto tudo são aptidões para se expressar livremente e não a competição de quem canta mais notas e faz mais truques 😉

“You’re not going to gain an octave in a day. You might gain one new note every couple of months. It’s a slow process, so you can´t do it to the point of pain. When you start feeling pain, it’s an indication that something is wrong. And you’d better stop because your voice might breack. That’s my number one recommendation. I consciously try to remember that even the very high notes are just notes. There kind of all the same.”

Bruce Hall da banda Illuminati e Agent Steel

 

Postura no Canto

Uma boa postura é um dos alicerces fundamentais do Canto.

Para que o mecanismo respiratório funcione de forma plena temos que ter a coluna reta, um bom equilíbrio e ao mesmo tempo estar relaxados. Mais fácil dizer do que fazer!

A respiração no Canto é muito exigente e é sem dúvida uma das principais dificuldades de todos os Cantores. Na minha opinião deve-se começar por perceber qual seria a melhor postura para conseguirmos utilizar o apoio necessário ao Canto.

O instrumento vocal é constituído por músculo, cartilagens e osso. Logo temos que harmonizar o funcionamento destes três constituintes, uma boa forma é começar pela postura.

De Pé

A maior parte de nós canta de pé, logo iremos começar por aqui. Os pés devem estar à largura dos quadris e ombros, deve-se transferir a maior parte do peso para os calcanhares, a lombar deve ficar um pouco curvada (curvatura natural). Os ombros devem estar relaxados e os braços esticados e relaxados ao longo do corpo. Deve-se aproximar as omoplatas sem criar pressão lombar e o queixo deve ficar paralelo ao chão.

Para testar a sua postura coloque-se a 10 cm de uma parede e verifique se toca na parede nos seguintes pontos: nuca, omoplatas e nádegas.

Posição da Cabeça

Quanto à posição da cabeça, não a devemos levantar ou baixar demasiado. Estes dois movimentos acontecem muitas vezes como reflexo da nossa perceção das notas na escala. Quando estamos a cantar notas agudas muitas vezes levantamos a cabeça, olhamos para o teto e o inverso acontece nas notas graves. Estas posições inadequadas fazem com que a laringe suba ou desça influenciando diretamente o funcionamento das cartilagens que estendem as cordas vocais. Também se torna difícil respirar de forma eficiente para o Canto se mudamos drasticamente a posição da cabeça porque a coluna já não está reta.

Posição da cabeça, blog tudo sobre canto de Sónia André

Uma forma de manter a cabeça ‘no lugar’ é definir a postura e depois fixar um ponto com o olhar, mantendo o olhar fixo nesse ponto, enquanto executamos escalas com a voz.

A posição da cabeça também influencia os movimentos do queixo, que é um dos articuladores da voz. Ao articular vogais no Canto muitas vezes assumimos moldes com bastante espaço na boca e grande parte desse espaço é permitido pelo queixo.

Ombros

Os ombros devem estar alinhados e relaxados. Uma forma de perceber se isto acontece é ver se tocamos com as omoplatas na parede no exercício já referido a cima na posição de pé. Também podemos imaginar que temos que segurar um lápis no centro das omoplatas.

Sentado

Muitos cantores que também tocam instrumentos tem a necessidade de cantar sentados. Mas também nesta posição podemos encontrar um equilíbrio entre a postura dos dois instrumentos que estamos a usar.

Sentados devemos estar com o tronco em linha reta, com o rabo encostado às costas da cadeira a suportar todo o peso do tronco. As pernas devem fazer um ângulo de 90 graus e os pés devem estar apoiados completamente no chão.

Posição sentado para cantores, Tudo sobre canto blog de Sónia André

Nos dias de hoje podemos observar com frequência pessoas com vários problemas de postura, muitas vezes provocado por excessiva quantidade de horas na mesma posição, sentado ou de pé. Outra causa recorrente é a posição quase de devoção aos nossos dispositivos eletrónicos.

O resultado é que o nosso corpo adapta-se o melhor que pode a estas exigências e desenvolvemos posturas que não são favoráveis à nossa saúde.

A boa notícia é que tudo isto pode ser corrigido. Primeiro devemos perceber o que estámos a fazer de errado e depois cada um deve encontrar as melhores soluções para seu estilo de vida.

Muitos desportos favorecem a melhoria da postura e do equilíbrio como yoga, pilatos, musculação. Pode encontrar vários benefícios em praticar exercício físico e até perder aquela dor persistente nas costas.

Saúde Vocal: Como Cuidar da sua Voz

Quais os hábitos a adotar para ter uma voz saudável.

É importante sabermos cuidar da voz, pois a comunicação é uma das necessidades básicas do ser humano. Todos nós já ficamos sem voz (disfonia), algum momento da nossa vida. Aí conseguimos perceber o inestimável valor da voz.

É através da voz que nos expressamos, transmitimos emoções e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Por isso, é essencial cuidar da saúde vocal para garantir um bom desempenho e evitar problemas futuros.

Como a voz faz parte do nosso corpo e engloba vários órgãos, ao termos cuidado com a saúde do nosso corpo estámos a cuidar da nossa voz. Logo, insuficientes horas de sono, obesidade, má nutrição e hidratação, abuso de substâncias como o álcool e tabaco podem resultar em doenças com efeitos sérios na fala e no Canto.

O cantor deve ter especial atenção aos sinais presentes na voz, como ronquidão crónica (quando fica rouco sistematicamente), excesso de muco, falta de ar e energia, voz bassa sem ressonância, quebras (falhas de som).

Exercitar

Em tempos existia a ideia que o cantor(a) deveria ser uma pessoa de ‘peso’. Este conceito não poderia estar mais longe da verdade, o excesso de peso resulta em problemas respiratórios, fadiga, problemas digestivos, nos ossos e musculatura, assim como problemas cardíacos. E todos estes problemas afetam consequentemente a voz.

Praticar um desporto regular é muito benéfico para o canto. Irá notar grande diferença principalmente na respiração.

“I belive that your vocal fitness depends a great deal on your level of physical fitness. Since I do of jogging and so on, I never had any problems with my voice on a tour.”

Andy Franck – Brainstorm e Symphorce do livro Pro Secrets Of Heavy Rock Singing de Bill Martin

 

“I try to swim. I like to hit steam room. I like to run on the treadmill. Swiming really seems to help me a lot. It’s a great exercise.”

Ripper Owens – Judas Priest do Livro Pro Secrets of Heavy Rock Singing de Bill Martin

Dormir

É essencial dormir, e dormir as horas suficientes. Assim, irá beneficiar o funcionamento de todo o organismo. Cantar exige concentração e energia.

Cada indivíduo tem diferentes necessidades, reprogramar os seus hábitos pode ser benéfico para o Canto e a sua saúde em geral.

“One of the most important things for vocalist is tonnes of sleep. Every vocalist who’s out there touring should try to get at least ten hours of sleep a night.”

James Labrie – Dream Theater do Livro Pro Secrets of Heavy Rock Singing de Bill Martin

Alimentação

A alimentação saudável é fundamental ao funcionamento da voz. Desaconselha-se a ingestão de alimentos com demasiada acidez, pratos muito picantes, fritos e gorduras duas horas antes de uma atuação. Tudo o que possa dificultar a digestão e irritar o estómago e provocar refluxo gástrico. Este pode banhar as cordas vocais e causar lesões e irritação.

Também se deve evitar os mesmos pratos e alimentos referidos antes de ir dormir.

Evite consumir refrigerantes e café antes de cantar. A maior parte destas bebidas contém cafeína o que funciona como um diurético inibindo o corpo da sua capacidade de absorção de líquidos, o que leva à retenção de liquidos e desidratação. Logo antes de uma aula de canto ou apresentação não se deve consumir alimentos e bebidas diuréticos, por exemplo, refrigerantes, café, chá e chocolate.

Hidratação

As cordas vocais para vibrarem necessitam de lubrificação, assim como todo o aparato vocal. Mas, para o todo o aparato vocal estar hidratado, todo o corpo tem que estar hidratado. Logo, não resulta beber um litro de água uma hora antes de começar a cantar. Depois de ingerir a água existe todo um processo até o corpo estar hidratado.

Assim devemos beber água ao longo do dia para hidratar bem o nosso corpo e consequentemente o aparato vocal. O único resultado imediato que tiramos de beber água durante uma performance ou audição é a lubrificação da boca que é ideal para o canto e fala. Mas para isso não é necessário ingerir grandes quantidades de água.

Devemos beber a água à temperatura ambiente. Diferenças bruscas de temperatura provocam choque térmico no aparato vocal.

Existem outros fatores que causam desidratação para além da insuficiente ingestão de água como ambientes secos. Estes ambientes secos resultam da utilização de ar condicionado,  aquecedores, a sofage do carro. Estes equipamentos removem a humidade do ar.

Alguns tipos de medicação como anti-histamínicos, diuréticos como a cafeina e o álcool, o tabaco e a poluição presente no ar também provocam desidratação.

Em alguns países o ar é bastante seco. Por exemplo nos países do norte da Europa é frequente se recorrer a umidificadores. Como no nosso país o nível de humidade do ar é elevado recorremos a desumidificadores.

“I try to sleep with humidifier in the room and on the bus because it keeps my voice moist and lets it heal. I do not drink and smoke either. I try to eat well, but not just before the show. Keeping the voice in the best shape it is the top priority for me on the road because the fans deserve the best you can give.”

Rob Rock da banda Warrior

Tabaco

Fumar e estar exposto ao fumo é altamente agressivo para todo o instrumento vocal, principalmente garganta e cordas vocais. Quando inalamos o fumo, este passa pelas cordas vocais para seguir para os pulmões.

Fumar também provoca refluxo gástrico (já mencionado na alimentação).

A nicotina também é um sedativo, logo como as cordas vocais são um músculo, passam a não ter a energia suficiente exigida pelo Canto. O funcionamento dos pulmões também fica comprometido.

Falsamente muitos cantores acreditam que, com o consumo de tabaco e álcool conseguem obter um som mais escuro e rouco no registo mais grave. No entanto, a voz fica baça e sem corpo em qualquer registo.

O excesso de muco é outro dos problemas resultantes do tabaco. O muco provoca dificuldades no registo agudo devido ao peso extra que as cordas vocais adquirem.

“It needs to be understood, however, that even though smoking may deepen the overall tone of the voice, due to the extra weight of folds, it doesn’t really significantly affect the lower range, since the range is mostly determined by the size and shape of the vocal instrument itself (…)”

Kary O’Connor – Singwise.com

Álcool

A cultura popular dita que para afinar a garganta deve-se berber um copito. Bem, com certeza o álcool desinibe, mas é só!

Para além das causas já referidas como a falta de concentração, a falta de energia e o refluxo gástrico, também causa desidratação e problemas digestivos com resultados quase imediatos na desidratação da cavidade oral e irritação da garganta e cordas vocais.

Assim, antes de cantar e durante uma performance beba água à temperatura ambiente.

“You’re a vocalist. You carry your instrument around you. A guitar player doesn’t carry his instrument into a smoky bar and pour alcohol all over it, and neither should you. Belive me, man, I smoked for many years and I loved smoking. I absolutely loved it. I also drink beer. But on tour, you can’t do it. Wait until your day off, then indulge.”

Matt Barlow – Iced Earth do Livro Pro Secrets of Heavy Rock Singing de Bill Martin

A Evitar:

  • Se tem alergias a animais deve ter cuidado com esta situação e evitar estes ambientes pois isso irá influenciar diretamente a sua habilidade de cantar.
  • Não ter suficiente humidade no ar é mau para a voz, mas em demasia é propicio a infeções respiratórias. O bolor que resulta da humidade nas paredes e nos tecidos é muito maléfico para quem tem por exemplo asma. Com o uso de umidificadores ou desumidificadores é possível controlar os ambientes.
  • Ambientes ruidosos. Muitas pessoas prejudicam a sua voz só a tentar competir com o ruído de certos ambientes. A poluição do ar também é um fator a ter em conta. Por isso deve-se evitar ambientes ruidosos, com fumo e pó.
  • Cantar quando se está doente. É sempre melhor descansar e recuperar totalmente.
  • Cantar rouco. A rouquidão ou disfonia é uma inflamação nas cordas vocais que só conhece a cura a partir do momento em que não usamos a voz. Logo, o ideal é não usar a voz de todo quando estamos roucos.

 

Como melhorar a sua Voz

Três ações  para melhorar a sua voz.

Ter uma voz poderosa e expressiva é o sonho de todos os cantores. Considero que existem três ações essenciais para melhorar e manter a sua voz. Sendo elas o aquecimento vocal, o estudo e a prática da técnica vocal e a escolha de um repertório adequado ao seu tipo de voz e nível técnico.

Aquecimento Vocal

O aquecimento vocal tem como função exercitar todos os mecanismos utilizados no Canto. Se fizermos uma comparação com um atleta que antes de iniciar uma corrida alonga e prepara os músculos. Os cantores também devem preparar e acordar o seu instrumento.

Falar não serve de aquecimento para Cantar. No Canto tudo se intensifica, a respiração a colocação e a articulação. É necessária uma preparação de todo o mecanismo vocal.

“In singing the flow of the tone is unbroken between the words, but in speaking it is interrupted. In singing, tone is sustained and changed from one pitch to another by definitive intervals over a wide compass that includes notes not attempted in speech. In speaking tone is unstained, not defined in pitch is limited to a narrow compass, and the lengh of the tones is not governed by the measure of music.”

Thomas Fillebrown no livro Ressonance in singing and speaking

Como já vimos o apoio (respiração) é mais exigente no Canto, pois a ideia é suster as notas. As cordas vocais estão esticadas e vibrão com a pressão do ar, em tempos mais longos e alongam-se de forma mais dinâmica que na fala. No Canto executamos em méedia duas oitavas, enquanto que a voz falada utiliza uma gama bem mais limitada de sons.

“Singing along to the radio in the car on the way to lessons or performances does not generally constitute a sufficient warm-up, as most popular songs are limited in range. Attempting to sing more challenging songs as a warm-up, though, can lead to vocal strain.”

Kary O’Connor – Singwise.com

“I tried to find a quiet spot. The best place for me is the bathroom or a room without carpets that have some sort of natural reverb. That’s the best because you can hear it in your head. It just feels better, you don’t have to push it hard. I go from the lows to the highs move around a little hit just try to warm the voice up, do a couple of scales of my own discovery.”

Ray Alder – Fates Warning, a respeito do seu aquecimento vocal.

Técnica Vocal

Parece óbvio que se uma pessoa que pretende aprender a tocar piano deve procurar um professor de piano. Pois no Canto é igualmente importante estudar e aprender a técnica vocal.

A técnica vocal fornece aos vocalistas ferramentas essenciais ao autoconhecimento da voz e assim como ao seu desenvolvimento.

“No one can sing properly without first preparing for it, mentally and phyically, with all the organs concerned in the production of the voice.”

Lili Lehmann do livro How to sing

O conhecimento das técnicas e treino dos mecanismos envolvidos no Canto irá permitir usar em pleno o seu instrumento.

“You cannot learn technique through songs. I know many people think you can but it simply is not so. (…) The skills of singing…strong, aligned posture, coordination between ribs and abs, freedom from tension, strengh throughout the musuclature that affects the sound as it is being produced, easy facility of articulation, pitch accuracy, appealing sound, precise vowels and musicianship can all be taught and learned. Learning a song, however, isn’t going to automatically engage any of those things, …”

Jeannette LoVetri em Learning Technique Through Songs

 

Não saber por onde começar na era da informação é humano. Ouvi ou li algures que a informação não é formação.

Tentar aprender sozinho técnica vocal sem orientação pode ser uma tarefa muito ingrata, pois pode adquirir ‘vícios’ dificeis de dominar numa fase posterior.

Deve-se procurar o conhecimento por todas as formas, com a orientação de um professor a tarefa fica bem mais fácil. Terá uma pessoa treinada a ouvir outras vozes e essencialmente a identificar o que está a fazer de incorreto. Este profissional irá ajudá-lo a libertar a sua voz.

“Singers frequently are impatient, lack of discipline, and expect miracles after a few lessons. Many ask for a few lessons to prepare for an audition or a singing part in a show: They are looking for a quick fix.”

The Zen of Singing

Repertório Adequado

Cantar repertório inadequado é uma das principais causas de lesões vocais. Dependendo do tipo de voz que tem deve cantar repertório adequado à sua tessitura (baixo, barítono, tenor, contralto, mezzo-soprano, soprano).

Cada voz tem características específicas. Na ópera vemos isso mesmo, cada papel é atribuído a um tipo de voz específico. Não se obriga um Tenor a cantar um papel determinado para um Barítono, mesmo que estes cantem notas coincidentes em ambas as tessituras. Existem outras características da voz muito importantes a ter em conta como o timbre, por exemplo. Não é uma questão técnica mas sim fisiológica.

Existe um pre-conceito que se o cantor não consegue cantar determinada música que simplesmente não é capaz de a cantar. Esta ideia prejudica gravemente os cantores, principalmente a sua auto-confiança. Se uma canção não é adquada a um tipo de voz simplesmente podemos adequa-la mudando a sua tonalidade e o cantor que antes era incapaz de cantá-la passa a cantá-la com facilidade e liberdade.

Para usar o seu instrumento sem limites, primeiro tem que perceber que instrumento tem (soprano, tenor, barítono, …). Depois com a prática diária de vocalizos (exercícios vocais), exercícios de relaxamento e respiração, irá aprender a ouvir a sua voz e a saber distinguir o certo do errado. É uma descoberta!

Na música ligeira podemos adaptar qualquer canção que deseje cantar, basta transpor, mudar a tonalidade e a canção fica ‘à sua medida’. No entanto, sem saber qual é o seu tipo de voz, sem saber o que consegue fazer com a sua voz e sem ter um conhecimento básico de formação musical, torna-se uma tarefa árdua.

Também existe a possibilidade de ainda não conseguir cantar aquela canção que escolheu, mesmo que o cantor da canção tenha o mesmo tipo de voz que o seu, e que a tonalidade esteja adequada à sua tessitura. Isso acontece porque ainda não adquiriu as ferramentas, ou aprendeu as técnicas necessárias à sua interpretação.

Falsete Vs Voz de Cabeça

Falsete “Falsetto” como o nome indica é uma voz falsa. Então o que será considerado voz verdadeira?

Falsete ou Voz de cabeça, Tudo sobre canto Blog de Sónia André
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Respondendo já à questão inicial. A voz verdadeira resulta da vibração das cordas vocais. Em oposição, o falsete resulta da contração da parte exterior das cordas vocais, contração das membranas mucosas (cordas falsas). Na imagem abaixo ventricular fold.

 

 

 

Laryngoscopic view of interior of larynx. Fonte: Henry Gray (1918) Anatomy of the Human Body (See “Book” section below) Autor: Henry Vandyke Carter (1831–1897)

 

O falsete, muitas vezes referido como registo é muitas vezes confundido com o registo de cabeça.

Principais diferenças entre falsete e registo de cabeça / ou voz de cabeça:

  • Não se consegue aplicar a dinâmica como fortíssimo e pianíssimo no Falsete, pois usamos menos pressão de ar.
  • Não é possível realizar ligados legato tanto ascendentes como descendentes sem que exista uma quebra (ausência de som).  Isto faz sentido se pensarmos que, para o falsete acontecer temos de mudar de mecanismo, ativar as membranas mucosas.
  • Do falsete resulta uma voz com ar audível. A voz de cabeça acontece por causa da extensão total das cordas vocais.  Este registo tem como características um som cheio, com mais harmónicos.

No excerto abaixo, o cantor Bruce Dickinson da banda Iron Maiden, fala do que sente quando está a entrar na voz de cabeça ou como faz para aceder ao registo de cabeça.

“It’s about relaxing the throat at the crucial moment when your throat would tighten up, and you say, ‘I can’t go any higher. I’ve got to go falsetto.’ It’s almost like loosening the gag reflex. You don’t clam up at crucial moment. At the moment, you have to really consciously allow the power of your diaphragm to take the air right through in to your nasal passages.”

Martin, Bill – Pro Secrets of Heavy Rock Singing: Hitting the Right Notes. Published in the UK by SMT, 2003. ISBN: 1-86074-437-0. p.21

No vídeo abaixo exemplifico a voz de cabeça e o falsete. Aqui pode perceber as diferenças já enumeradas neste artigo. Também possui exemplos de canções famosas com cantores a cantar em falsete e com voz de cabeça.

Aulas de canto e Guitarra, Channel. 2023. “O que é a voz verdadeira? Falsete Vs Voz de Cabeça”. Youtube, 3:18. https://www.youtube.com/watch?v=EushJvD7X6s&t=5s

O falsete deve ser utilizado como uma técnica vocal à qual acedemos por motivos estéticos e não em substituição do registo de cabeça /ou voz de cabeça, pois assim, em vez de uma ferramenta torna-se numa limitação.