Tessitura pode ir de E3 – E5 (Mi3 – Mi5). Este tipo de voz era comum em coros mistos e masculinos que interpretavam música renascentista e barroca.
Alguns exemplos de cantores com este tipo de voz na atualidade Andreas Scholl, David Daniels, Philippe Jaroussky.
Fora da música clássica Jón Þór Birgisson da banda islandesa Sigur Rós, Jimmy Somerville, Jon Anderson da banda de rock progressivo Yes, Vitas, Mitch Grassi do grupo vocal Pentatonix, Jimin, Michael Jackson, Alex Luna, Klaus Nomi, King Diamond e Luc Arbogast.
Personagens da ópera francesa temos como exemplo Lully, Campra, Ramaeau. Grande parte das óperas italianas destes períodos tem personagens com este tipo de voz.
Papéis (exemplos) :
❖ Adone, La catena d’Adone (Domenico Mazzocchi)
❖ Atlante, Alceste, Il palazzo incantato (Luigi Rossi)
Tessitura C4 – F6 (Dó4 – Fá6). Descrito como um soprano muito leve
com voz pouco encorpada devido à falta de ressonâncias graves. Possui grande agilidade nas notas agudas.
Papéis (exemplos) :
❖ Adina, L’elisir d’amore – Gaetano Donizetti
❖ Marie, La fille du regiment – Gaetano Donizetti
❖ Olympia, Les contes d’Hoffman – Jacques Offenbach
Tessitura C4 – F6 (Dó4- Fá6). Igual ao soprano descrito acima apenas com mais ressonâncias graves.
Papéis (exemplos) :
❖ The Queen of the Night, Die Zauberflöte – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Donna Anna, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Norma, Norma – Vincenzo Bellini
❖ Violetta, La traviata – Giuseppe Verdi
Deutsche Soubrette | Charaktersopran | Soubrette
Tessitura C4 – C6 (Dó4 – Dó6). Descrita como uma voz doce e lírica capaz de executar passagens fluídas. A tessitura destes encontra-se normalmente entre o soprano de coloratura e o soprano lírico. Muitos sopranos são classificados de início como soubrette e depois a voz amadurece e passam
para outra classificação.
Papéis (exemplos) :
❖ Barbarina, Le nozze di Figaro – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Papagena, Die Zauberflöte – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Susanna, Le nozze di Figaro – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Zerlina, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart
Lyrischer Sopran | Lyric Soprano
Tessitura B3 – C6 (Si3 – Dó6). Este soprano é flexível capaz de legato, portamento e ágil, é um tipo de soprano mais comum, mas trata-se de
uma voz muito poderosa. Tem uma tessitura menor que os sopranos anteriores, no entanto é uma voz que se preserva jovem mesmo com o avançar da idade.
Papéis (exemplos) :
❖ Lauretta, Gianni Schicchi – Giacomo Puccini
❖ Micaëla, Carmen – Georges Bizet
❖ Pamina, Die Zauberflöte – Wolfgang Amadeus Mozart
Tessitura A3 – C6 (Lá3 – Dó6). Descrito como um soprano lírico que consegue alcançar grande volume, tem uma tessitura maior e é mais versátil. Muitas vezes este tipo de voz pode interpretar papeis para mezzo, soprano lírico e coloratura.
Papéis (exemplos) :
❖ Agathe, Der Freischütz – Carl Maria von Weber
❖ Amelia, Un ballo in maschera – Giuseppe Verdi
❖ Cio-Cio San, Madama Butterfly – Giacomo Puccini
❖ Liza, The Queen of Spades – Pyotr Ilyich Tchaikovsky
Dramatischer Sopran | Full Dramatic Soprano
Tessitura A3 – C6 (Lá3 – Dó6). O soprano dramático tem uma voz rica e poderosa. Espera-se que estes projetem acima de uma orquestra e coral. Este tipo de voz é mais rico e escuro, mas possuem pouca agilidade em relação aos sopranos anteriores.
Papéis (exemplos) :
❖ Elektra, Elektra – Richard Strauss
❖ La Gioconda, La Gioconda – Amilcare Ponchielli
❖ Tosca, Tosca – Giacomo Puccini
Hochdramatischer Sopran | High Dramatic Soprano
Tessitura F3 – C6 (Fá3 – Dó6). Trata-se de uma voz rara, muito potente, com excelente volume como exigem as peças de Wagner. O registo grave é muito forte e o registo de cabeça possui leveza e muito brilho.
Tessitura G3 – B5 (Sol3 – Si5). Este tipo de voz é encontrado frequentemente nas óperas de Rossini. Estas peças foram escritas inicialmente para altos com agilidade nas notas agudas.
Papéis (exemplos):
❖ Angelina, La Cenerentola – Gioachino Rossini
❖ Isabella, L’italiana in Algeri – Gioachino Rossini
❖ Rosina, Il barbiere di Siviglia – Gioachino Rossini
Tessitura G3 – B5 (Sol3 – Si5). Voz similar ao soprano lírico com região aguda menor e região grave maior.
Papéis (exemplos):
❖ Cherubino, Le nozze di Figaro – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Dorabella, Così fan tutte – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Hänsel, Hänsel und Gretel – Engelbert Humperdinck
❖ Suzuki, Madama Butterfly – Giacomo Puccini
Dramatischer Mezzosopran | Dramatic Mezzo-soprano
Tessitura G3 – B5 (Sol3 – Si5). A diferença entre estes e os sopranos dramáticos é que este tem resistência na voz média e grave, atingindo a voz de cabeça apenas no clímax da música, o que lhes permite cantar papeis de soprano dramático com grande eficácia.
Dentro das vozes femininas temos o Contralto (Alto), voz mais grave feminina. A sua tessitura vai em média de Sol3 (G3) a Mi5 (E5). Voz feminina com um timbre muito escuro, devido à sua raridade esta voz tem poucos papeis na ópera, a maior parte do repertório para este tipo de voz é do período barroco.
Os tipos de contraltos segundo a classificação alemã “Fach” não é muito vasta.
Tipos de Contraltos
Dramatischer Alt | Dramatic Contralto
Tessitura F3 – A5 (Fá3 – Lá5). Estilisticamente é parecido com o mezzo dramático, mas consegue atingir notas mais graves com uma ressonância mais grave e rica. É uma voz muito rara.
Tiefer Alt | Low Contralto
Tessitura E3 – E5 (Mi3 – Mi5). Voz feminina muito grave.
Ainda mais escura que o contralto dramático e ainda mais rara.
Papéis (exemplos):
❖ Gaea, Daphne – Richard Strauss
❖ Geneviève, Pelléas et Mélisande – Claude Debussy
Como já foi referido a maior parte do repertório adequado à voz de contralto é do periodo barroco, assim sendo acrescentei a esta playlist também as peças mais famosas.
❖ Stabat Mater, RV 621 – I. Stabat mater dolorosa – Vivaldi
Tessitura C3 – B4 (Dó3 – Si4). É possível que este tipo de voz venha a cantar repertório de tenor ligeiro, o fator que irá indicar essa mudança será a beleza da sua voz.
Papéis (exemplos):
❖ Monostatos, Die Zauberflöte – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Pedrillo, Die Entführung aus dem Serail – Wolfgang Amadeus Mozart
Charaktertenor | Character Tenor
Tessitura B2 – C5 (Si2 – Dó5). Espera-se deste tenor boas capacidades de representação.
Lyrischer Tenor | Lyric Tenor
Tessitura C3 – C5 (Dó3 – Dó5).
Papéis (exemplos):
❖ Alfredo, La traviata – Giuseppe Verdi
❖ Almaviva, Il barbiere di Siviglia – Gioachino Rossini
❖ Don Ottavio, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart
Tessitura C3 – C5 (Dó3 – Dó5). Trata-se de um tenor com um registo agudo com brilho suficiente para se destacar numa orquestra.
Papéis (exemplos):
❖ Calaf, Turandot – Giacomo Puccini
❖ Don José, Carmen – Georges Bizet
❖ Radamès, Aida – Giuseppe Verdi
❖ Siegmund, Die Walküre – Richard Wagner
Heldentenor | Heroic Tenor | Dramatic Tenor
Tessitura B2 – C5 (Si2 – Dó5) Descrito como um tenor dramático cheio, com facilidade de um barítono no registo médio e o brilho necessário para se fazer ouvir acima de uma orquestra.
Papéis (exemplos):
❖ Otello, Otello – Giuseppe Verdi
❖ Tristan, Tristan und Isolde – Richard Wagner
❖ Tannhäuser, Tannhäuser – Richard Wagner
❖ Walther von Stolzing, Die Meistersinger – Richard Wagner
Barítono, voz média masculina. A sua tessitura em média vai de Sol2(G2) a Sol4 (G4).
Tipos de Barítonos
Bariton | Baryton-Martin | Baritono Leggero
Tessitura C2 – C4 (Dó2 – Dó4). Foi apelidado de barítono Martin, por causa do cantor Jean-Baise Martin que possuía este tipo de voz. É parecido com o tenor dramático heróico sem a extensão grave (notas sol1 e si1), notas que normalmente fazem parte da extenção de barítono.
Tessitura A1 – G#3 – (Lá1 – Sol#3). Descrita como uma voz metálica capaz de cantar frases líricas e dramáticas, tem uma qualidade mais severa e pronunciada que o barítono lírico.
Papéis (Exemplos):
❖ Don Giovanni, Don Giovanni – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Sharpless, Madama Butterfly – Giacomo Puccini
❖ Valentin, Faust – Charles Gounod
Charakterbariton | Baritono Verdiano | Verdi Baritone
Tessitura A1 – G#3 (Lá1 – Sol#3). Esta voz é muito eficaz no seu registo agudo, o barítono de Verdi possui a capacidade de cantar com facilidade na sua região mais aguda (registo de cabeça), muitas vezes canta uma peça inteira nesta região.
Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3). Baritono heróico é a tradução da palavra alemã para a classificação deste barítono “Heldenbariton”. Este barítono na ópera alemã ocupa normalmente os papeis relacionados com uma personagem emocionante, autoritária, poderosa e madura.
Papéis (Exemplos):
❖ Telramund, Lohengrin – Richard Wagner
❖ Ezio, Attila – Giuseppe Verdi
❖ Michele, Il tabarro – Giacomo Puccini
Lyrischer Bassbariton | Low lyric baritone
Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3). Este barítono normalmente ocupa um papel muito específico e menos exigente que os anteriores, tem um timbre mais escuro e é comum ocupar o papel de baixo.
Dramatischer Bassbariton / Low Dramatic Baritone
Tessitura G1 – F#3 (Sol1 – F#3).
Ainda mais escuro em termos de timbre que o anterior.
Esta necessidade de classificar as vozes dentro do seu naipe surgiu por volta do século XIX de forma a atribuir o repertório mais adequado a cada tipo de voz.
A escola alemã tem uma classificação das vozes mais rígida chamada “Fach”, esta classificação tem em conta o timbre a tessitura, as capacidades de cada tipo de voz e os papeis mais adequados para cada tipo de voz.
Tipos de Baixo
Basso Cantante | Lyric Bass-bariton | High Lyric Bass
Tessitura E1 – F3 (Mi1 -Fá3). Descrito como baixo cantante.
Hoher Bass | Dramatic bass-baritone | High dramatic bass
Tessitura E1 – F3 (Mi1 – Fá3).
Jugendlicher Bass | Young Bass
Tessitura E1 – F3 (Mi1 – Fá3). Caracterizada como uma voz jovem, independentemente da idade do cantor.
Spielbass | Bassbuffo | Lyric buffo
Tessitura E1 – F3 (Mi1- F3).
Papéis (exemplos):
❖ Don Alfonso, Così fan tutte – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ The Sacristan Tosca – Giacomo Puccini
Schwerer Spielbass | Dramatic buffo
Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3).
Papéis (exemplos):
❖ Baron Ochs auf Lerchenau, Der Rosenkavalier – Richard Strauss
❖ Daland, Der fliegende Holländer – Richard Wagner
Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3). O baixo profundo é o tipo de voz mais grave que existe.
Segundo J. B. Steane no livro Voices, Singers and Critics (Steane, J. B. 1992) :
“… derives from a method of tone-production that eliminates the more Italian quick vibrato. In its place is a kind of tonal solidity, a wall-like front, which may nevertheless prove susceptible to the other kind of vibrato, the slow beat or dreaded wobble.”
Papéis (exemplos):
❖ Don Bartolo, Le nozze di Figaro – Wolfgang Amadeus Mozart
❖ Padre Guardiano, La forza del destino – Giuseppe Verdi
❖ Sir Morosus, Die schweigsame Frau – Richard Strauss
Dramatischer seriöser Bass | Dramatic Low Bass
Tessitura C1 – F3 (Dó1 – Fá3). Este tipo de baixo ainda tem um timbre mais escuro que o anterior, descrito pela escola alemã como um baixo profundo muito poderoso.
Independentemente de do timbre de cada pessoa ser algo único podemos classificar as vozes e agrupa-las (motes) tendo em conta a quantidade de notas que se consegue cantar (tessitura) e outras características como a ressonância (acústica), a agilidade, a flexibilidade.
A tessitura é a quantidade de notas que um cantor consegue cantar, medida em oitavas. Conjuntos de oito notas, por exemplo, Dó1, Ré1, Mi1, Fá1, Sol1, Lá1, Si1, Dó2 – 8va Dó1 a Dó2.
A tessitura pode ser aumentada com os vocalizos, exercícios vocais.
No entanto, não podemos mudar uma voz de classificação até porque é algo que também tem haver com a espessura e tamanho das membranas vocais e outras características anatómicas. O instrumento vocal é um conjunto de orgãos.
As tessituras apresentadas para cada voz abaixo não são medidas exatas, é só uma orientação, até porque, uma voz treinada consegue atingir facilmente duas oitavas e meia em média.
Primeiramente dividimos as vozes como masculinas e femininas.
Vozes Masculinas
Baixo
Dentro das vozes masculinas temos os Baixos, voz mais grave masculina. A tessitura de um baixo vai de Mi2 (E2) a Mi4 (E4) que apresentamos no piano abaixo.
Tessitura de Baixo
Alguns exemplos de Baixos Isaac Hayes, Leonard Cohen, Louis Armstrong, Nic Val.
Exemplos de Baixos na música clássica Nicolai Ghiaurov, Cesare Siepi, Boris Christoff, Kurt Moll, Ezio Pinza, Martti Olavi Talvela, Paul Plishka, René Pape, Leonid Kharitonov.
Barítono
Barítono, voz média masculina. A sua tessitura vai de Sol2(G2) a Sol4 (G4).
Tessitura de Barítono
Alguns exemplos de Barítonos Frank Sinatra, Elvis Presley, James Brown, David Bowie, Nat King Cole, Jim Morrison, Serj Tankian, David Lee Roth, Lou Reed.
Dentro da música clássica Simon Keenlyside, Gerald Finley, Matthias Goerne, Christian Gerhaher, Dmitri Hvorostovsky, Bryn Terfel, Andrei Kymach.
Tenor
Tenor, voz aguda masculina. A sua tessitura vai de Dó3 (C3) a Lá4 (A4).
Tessitura de Canto
Voz masculina mais comum, alguns exemplos deste tipo de voz, Stevie Wonder, Thome York, Robert Plant, Freddie Mercury, Bruno Mars, Matt Bellamy.
Dentro da música clássica alguns exemplos de tenor Luciano Pavaroti, Sergey Lemeshev, Wolfgang Windgassen, Alfredo Kraus, Anthony Rolfe Johnson, John McCormack, Franco Corelli, Peter Schreier, Juan Diego Flórez, Carlo Bergonzi, Tito Schipa, Peter Pears, Nicolai Gedda, Jon Vickers, Enrico Caruso, Plácido Domingo, Jonas Kaufmann.
Contratenor
Ainda dentro das vozes masculinas existe um tipo muito raro intitulado Contratenor, voz masculina extremamente aguda, comparada a uma voz feminina. Tessitura pode ir de E3 – E5 (Mi3 – Mi5).
Tessitura de Contratenor
Este tipo de voz era comum em coros mistos e masculinos que interpretavam música renascentista e barroca. Na liturgia católica não existia canto congregacional e os coros eram masculinos, assim tínhamos crianças a cantar as linhas mais agudas, depois vieram os Castrati.
Personagens da ópera francesa temos como exemplo Lully, Campra, Ramaeau. Grande parte das óperas italianas destes períodos tem personagens com este tipo de voz.
Alguns exemplos de cantores com este tipo de voz na atualidade Andreas Scholl, David Daniels, Philippe Jaroussky.
Vozes Femininas
Contralto
Dentro das vozes femininas temos o Contralto (Alto), voz mais grave feminina. A sua tessitura vai de Sol3 (G3) a Mi5 (E5).
Tessitura de Contralto
Voz feminina com um timbre muito escuro, devido à sua raridade esta voz tem poucos papeis na ópera, a maior parte do repertório para este tipo de voz é do período barroco.
Exemplo de cantora com este tipo de voz Billie Holiday, Annie Lennox, Stevie Nicks, Lauryn Hill, Lisa Gerrard, Judy Garland, Cher, PJ Harvey, Diana Krall e Sónia André 🙂
Dentro da música clássica alguns exemplos deste tipo de voz Kathleen Ferrier, Marian Anderson, Claudia Huckle, Ewa Podles.
Mezzo-Soprano
O Mezzo-soprano (Mezzo) é a voz média feminina. A sua tessitura vai de Lá3 (A3) a Fá5 (F5).
Tessitura de Mezzo-soprano
Alguns exemplos de Mezzo-soprano Ella Fitzgerald, Janis Joplin, Rihana, Barbra Streisand, Tori Amos, Mary J. Blige, Angela Gossow, Simone Simons, Adele.
Exemplos na música clássica Cecilia Bartoli, Jamie Barton, Marilyn Horne, Fedora Barbieri, Fiorenza Cossotto, Dolora Zajick, Giulietta Simionato, Tatyana Troyanos, Olga Borodina, Luciana D’Intino, Elena Obraztsova.
Soprano
O Soprano é a voz mais aguda feminina. A sua tessitura vai de Dó4 (C4) a Lá5 (A5).
Tessitura de Soprano
Trata-se da voz mais comum feminina, alguns exemplos deste tipo de voz Yma Sumac, Diana Ross, Dolly Parton, Cyndi Lauper, Mariah Carey, BJörk, Julie Andrews, Cristina Aguilera, Aurora, Eva Cassidy, Lara Fabian.
Exemplos na música clássica Jessye Norman, Anna Netrebko, Diana Damrau, Maria Callas.
O Dó central é o C3 ou C4? Confusão 🙂
Muitas publicações e em teoria musical o dó central normalmente é apresentado como dó3 (figura abaixo).
Dó central – C3
No entanto, muitas publicações atuais descrevem o dó central como dó4 (figura baixo), porque se encontra na quarta oitava.
Dó Central – C4
Tendo este fator em conta as tessituras são as mesmas o que muda é a nomeação do dó central.
Para a apresentação das tessituras de cada voz, neste método foi utilizado o Dó4 (C4) como Dó central.
O Timbre é em música um som com características específicas resultantes do instrumento que o produz e do seu ambiente. Assim podemos ter duas guitarras na mesma sala (ambiente) e estas podem estar a produzir a mesma nota, mas no entanto, o seu timbre é distinto pois possuem, por exemplo, madeiras, forma e tipo de cordas diferentes.
Na Voz isso ainda é mais evidente! O timbre na voz é como uma impressão digital. Todos temos uma voz única, não existe mais nenhuma igual à nossa.
No entanto, é possível classificar vozes com características idênticas apesar dos seus timbres serem diferentes e daí os nomes que já ouviu com certeza falar, Soprano, Tenor, …
Agora onde entra o termo Registo. Aliás faz sentido falar de registos no plural.
Os registos são conjuntos de notas com características comuns. As cordas vocais assumem uma posição e uma determinada tensão para produzir graves, médios e agudos.
Posição das cordas vocais num ciclo de vibração.
A partir desta constatação percebemos que iremos ter três registos. O registo de peito ou voz de peito (graves), registo médio (médios) e registo de cabeça ou voz de cabeça (agudos).
Cada registo obriga a uma quantidade e pressão de ar distinta. Também, cada registo possui harmónicos específicos que devem ser amplificados na sua caixa de ressonância.
A cavidade oral é responsável pela articulação desses sons, formando moldes específicos para as notas.
Em suma, podemos encontrar estes três registos em todas as vozes. O que acontece frequentemente é que ainda não possuímos as ferramentas para os aceder com facilidade.
Quando inspiramos o ar passa pelas cordas vocais e estas encontram-se na posição aberta. Assim que ouvimos uma nota, os músculos e cartilagens da laringe estendem as cordas vocais na pressão certa para que, a coluna de ar criada pelo aparelho respiratório ao passar pelas cordas vocais, as faça vibrar, produzindo a nota musical que ouvimos anteriormente.
“I’m a stronger believer in the idea that the more you understand about what’s happening in your body as you speak and sing, the better you’ll sound.”
O aparelho vocal é constituído por inúmeros órgãos e grupos de músculos e nervos. Trata-se de um conjunto de mecanismos flexíveis que operam em harmonia.
A Laringe é um tubo cartilaginoso de forma irregular, que liga a faringe à traqueia e onde se situam as cordas vocais, esta tem a função de evitar a entrada de alimentos na via respiratória e a produção de som.
É importante no Canto percebermos onde se situam as cordas vocais e que a laringe se move pela ação de vários músculos. É um mecanismo flexível e tem que o ser, porque utilizamos os mesmos órgãos para várias funções.
Um bom exemplo disso é quando estamos a comer, muitos destes mecanismos que usamos para cantar assumem diferentes funções. Claro que isto tudo se aciona através do nosso cérebro e que não temos que pensar nisso.
A Cantar muitas vezes fazemos uma tensão na garganta e usamos a parte de trás da língua isto aciona partes do aparato vocal desnecessárias. Também ocorre com frequência a subida ou descida da laringe (visível através da maça de Adão, proeminência laríngea), este desequilíbrio faz com que as cartilagens responsáveis por estender as cordas vocais não se encontrem numa posição favorável para o fazer.
“The brain is the overall regulator of these systems: activating muscles, providing information via nerve pathways, and using both sensory and auditory feedback to control and monitor the functioning of the tree systems. Except in rare cases, all humans are capable of making both spoken and sung sounds.”
Muitas vezes não entendemos o porquê de se fazer tantos exercícios vocais para se dominar a voz. Digamos que se percebermos que estes músculos funcionam sem o comando consciente direto, ou seja, os órgãos internos simplesmente funcionam, como iremos desativar as ações que não interessam à produção do som!?
Assim sendo, devemos primeiro perceber como o som é produzido e porque certos músculos se acionam. De seguida estimulamos o funcionamento ideal desses mecanismos para Cantar através de exercícios vocais.