O apoio no Canto consiste na gestão eficiente do ar.
“Apoio, portanto, é o controlo elástico e consciente da força retrátil passiva e espontânea do movimento de elevação do diafragma ao promover a expiração, e é conseguido pelo domínio dos seus antagônicos – os músculos abdominais e intercostais – com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna de ar e aplicá-la à fonação.”
Esta gestão que falava à pouco é realizada pelos músculos intercostais e diafragma.
No último artigo ‘ Respiração no Canto’ encontras esclarecimento sobre os músculos utilizados na respiração diafragmática-intercostal.
“It is perfectly natural. I breath low down in the diaphragm, not as some do, high up in upper part of the chest. I always hold some breath in reserve for the crescendos, employing only what is absolutely necessary, and I renew the breath wherever it is easiest.”
Caruso, Enrico – Caruso and Tetrazzini on the Art of Singing. Printed in France by Amazon. Brétigny-sur-Orge, FR. ISBN9781511730747
Tetrazzini faz referência a esta gestão do ar necessária dizendo que reserva algum ar para os crescendos. Cada canção, obra tem as suas exigências respiratórias. Nem todas as canções tem o mesmo ritmo, a mesma dinâmica a mesma métrica. Todas estas situações são desafios quando pensamos na melhor forma de ‘respirar’ em cada canção.
Daí a necessidade de analisar a canção. Primeiramente penso ser benéfico perceber o ritmo da canção, o seu compasso, a sua velocidade. Depois perceber a métrica das palavras relacionada claro com a melodia que lhe está associada, a sua dinâmica (se sobe, se desce e como). O volume também faz parte da equação, no fortíssimo e pianíssimo a quantidade e pressão de ar é diferente.
Estes desafios sempre que temos que interpretar uma nova canção são reveladores das dificuldades respiratórias que temos no Canto.
Primeiro devemos aprender a técnica respiratória de forma a que haja memória muscular para suportar a voz cantada. Deve-se realizar exercícios respiratórios no início para adquirir a perceção do movimento do diafragma e intercostais (sentir a expansão destes músculos). Para passarmos da respiração ‘torácica’ para a respiração ‘diafragmática – intercostal.
Na respiração torácica o nosso peito aumenta de volume e elevamos os ombros. Esta respiração não é benéfica para o Canto. Pois aqui, não estamos a usar o potencial do diafragma e dos intercostais para criar pressão de ar necessária à vibração das cordas vocais.
No próximo artigo do blog irei partilhar mais exercícios de respiração para trabalhar áreas específicas da técnica vocal. Subscreva a newsletter para não perder!